A Alfa Romeo teve um fim de semana apagado no Grande Prêmio de Portugal de 2020, que terminou com Kimi Raikkonen em 11º lugar e Antonio Giovinazzi na 17ª colocação. No entanto, um deles poderia ter ficado fora de pelo menos parte da programação em Portimão para dar lugar a um piloto da casa, que nunca chegou a correr na Fórmula 1.
O escolhido era António Félix da Costa. Com um currículo de bons resultados nas categorias de formação, com direito a vitórias no tradicional GP de Macau de Fórmula 3 em 2012 e 2016, o português vinha rondando a F1, tendo integrado a academia de formação de pilotos da Red Bull entre 2012 e 2013. Chegou a ser piloto de testes do time austríaco nos anos em questão, mas a sonhada vaga de titular da Toro Rosso em 2014 não chegou.
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Como as portas da F1 não se abriram, Félix da Costa foi buscar outras oportunidades. Entrou na Fórmula E em 2014 e foi campeão da temporada 2019/2020 entre os carros elétricos. Correu ainda provas em categorias como DTM e WEC, entre outras. Como convidado, participou inclusive de provas da Stock Car no Brasil.
E foi em 2020 que veio um novo flerte com a F1. Na ocasião, o site The Race noticiou que duas equipes tinham interesse em contar com o piloto português durante o fim de semana do GP de Portugal. As possibilidades eram diversas, e iam de voltas na pista fora da programação oficial à chance de disputar a prova. O mais provável era a presença no primeiro treino livre.
No fim, António Félix da Costa não participou daquele GP de Portugal, vencido por Lewis Hamilton com a Mercedes. No entanto, em entrevista exclusiva, o piloto português afirma que a possibilidade de ter enfim chegado à F1 – ainda que só por um fim de semana – foi real.
“Houve algum interesse, porque havia algumas equipes que estavam em problemas financeiros, e elas queriam tentar colocar um piloto português para buscar ajuda financeira com as empresas ou com o governo português”, afirmou Félix da Costa em conversa com o blog.
Foi o próprio piloto quem informou que uma das equipes interessadas na possibilidade era a Alfa Romeo. A outra não foi citada.
“Eu estive completamente fora dessas negociações diretamente”, explicou. “Acho que, se os caras tivessem arranjado a grana, teriam me posto no carro, mas não foi nada feito comigo diretamente.”
Emanuel Colombari é jornalista com experiência em redações desde 2006, com passagens por Gazeta Esportiva, Agora São Paulo, Terra e UOL. Já cobriu kart, Fórmula 3, GT3, Dakar, Sertões, Indy, Stock Car e Fórmula 1. Aqui, compartilha um olhar diferente sobre o que rola na F-1.