A primeira temporada completa de Enzo Fittipaldi na Fórmula 2 está chegando ao fim, e ele não tem do que reclamar: sexto colocado com 126 pontos, o brasileiro da equipe Charouz ainda briga pela terceira colocação no campeonato – o posto atualmente é do norte-americano Logan Sargeant, com 135 pontos.
Por isso, antes de pensar em 2023, Enzo ainda quer fechar 2022 em alta. Para isso, espera bons resultados na etapa de Abu Dhabi da F2, em 19 e 20 de novembro.
“Acho que, até agora, tem sido uma temporada muito boa, muito forte. A gente tem seis pódios até agora, quatro dos pódios foram em corridas principais. Acho que eu me adaptei muito bem ao carro da Fórmula 2 - desde que fiz minha estreia lá em Monza no ano passado, já me senti em casa com o carro da Fórmula 2, e foi muito bom trabalhar com a Charouz. Lógico, a gente não tem aquela parte financeira como as equipes de ponta. A gente é uma equipe menor, mas a gente faz o melhor com o que a gente tem”, analisou Enzo em entrevista ao blog.
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Mas e depois de Abu Dhabi? Por enquanto, Enzo ainda não tem destino certo, mas ele mesmo admite que já negocia diferentes possibilidades – inclusive com equipes de Fórmula 1.
“O que posso dizer é que recebi várias ligações de diversas equipes de Fórmula 1, mas, por enquanto, não tem nada confirmado. Meu foco é continuar acelerando nas pistas. Tem a última etapa (da temporada da F2) em Abu Dhabi, estou brigando por Top 3 no campeonato, então meu foco está lá. Não tem nada confirmado para o ano que vem. Posso te falar mais para o final do ano”, despistou.
Fórmula 1 nos Estados Unidos
A temporada 2021 se mostrou decisiva para a carreira de Enzo Fittipaldi até aqui. Depois de conquistar bons resultados nas categorias de formação na Europa, com direito ao título da Fórmula 4 italiana em 2018, o neto de Emerson Fittipaldi voltaria aos Estados Unidos para correr na Indy Pro 2000, categoria na linha de formação de pilotos para a Fórmula Indy.
Enzo chegou a correr a primeira rodada dupla do ano, em Barber, antes de voltar para a Europa. Piloto da HWA Racelab na Fórmula 3 em 2020, ele estava voltando à categoria para correr pela Charouz. No fim, a decisão de voltar à Europa se mostrou acertada.
“Eu deixei (a Europa) muito por causa da parte financeira, por isso saí da Europa e fui para os Estados Unidos. Aí voltei, recebi uma chamada do dono da equipe Charouz, o Toni (Antonín Charouz), para correr de graça a temporada da Fórmula 3, então não pensei duas vezes”, contou.
“Voltei no ano passado, foi muito bom, peguei o melhor resultado da equipe no momento, que era um segundo lugar em Budapeste. Depois daquele resultado, consegui a oportunidade de subir para a Fórmula 2”, acrescentou.
E mesmo estando mais distante do automobilismo dos Estados Unidos no momento, Enzo - que fez a carreira no kart em competições nos EUA - vê com bons olhos o crescimento da Fórmula 1 no mercado norte-americano. A categoria terá três corridas no país a partir de 2023 (Miami, Las Vegas e EUA), além de ter uma equipe no grid (Haas) e poderá ter uma segunda (Andretti) nos próximos anos.
“Eu fui para a escola nos Estados Unidos, e os meus amigos não conheciam a Fórmula 1 uns quatro ou cinco anos atrás. Só conheciam o que era Nascar. Fórmula 1, o pessoal não tinha a mínima ideia do que era. Agora com Netflix e a Fórmula 1 indo para os Estados Unidos, todo mundo conhece, todo mundo é fã de Fórmula 1. Meus amigos assistem, também estão assistindo minhas corridas de Fórmula 2. Acho que (o crescimento da F1 nos EUA) é muito bom para o esporte”, afirmou.
Emanuel Colombari é jornalista com experiência em redações desde 2006, com passagens por Gazeta Esportiva, Agora São Paulo, Terra e UOL. Já cobriu kart, Fórmula 3, GT3, Dakar, Sertões, Indy, Stock Car e Fórmula 1. Aqui, compartilha um olhar diferente sobre o que rola na F-1.