Quem acompanha categorias de formação já se acostumou a ouvir falar o nome da Hitech. Em 2023, a equipe está presente na Fórmula 2, na Fórmula 3, na Fórmula 4 britânica e em diversas outras competições. Por seus carros, já passaram nomes como Nikita Mazepin, Lucas di Grassi, Álex Palou, Rinus VeeKay Liam Lawson e Dennis Hauger, entre outros.
Nos próximos anos, a lista pode aumentar: a Hitech divulgou um comunicado para anunciar os planos de entrar na Fórmula 1.
Segundo a nota, a iniciativa – batizada de Hitech26 – vem “após 20 meses de planejamento e extensiva preparação na sede de Silverstone”. O objetivo é conquistar uma vaga para o grid de 2026, quando a F1 estreia um novo regulamento, com motores e combustíveis mais sustentáveis.
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O anúncio vem no mesmo dia em que a Hitech informa a venda de 25% das ações do time ao empresário cazaque Vladimir Kim. Com investimentos nas áreas de mineração, aviação e panificação, além do setor bancário do Cazaquistão, Kim é anunciado como “um entusiasta do automobilismo”.
“Estou muito feliz de dar as boas-vindas a Vladimir Kim ao grupo Hitech. Durante nossas discussões, descobrimos muitas sinergias naturais, e sei que seu apoio será inestimável enquanto procuramos construir o sucesso da Hitech e trabalhar para alcançarmos maiores ambições nos anos que virão”, disse Oliver Oakes, CEO da Hitech.
Segundo a Hitech, “Vladimir Kim tem procurado há algum tempo converter seu interesse pessoal em automobilismo em uma parceria estratégica com uma equipe de ponta operando em estágio global”. Assim, o time abriu as portas ao investidor para impulsionar os planos de chegada à Fórmula 1.
“O automobilismo tem sido um interesse pessoal há muito tempo, e eu estou muito feliz de entrar em uma parceria com uma organização que tem gozado de tanto sucesso em tantas categorias, com muitas ambições para o futuro”, disse o empresário.
“Nós estabelecemos um envolvimento com o esporte. No entanto, este é nosso primeiro investimento global em automobilismo. O apelo dinâmico, a exposição crescente, as oportunidades de negócios e a crescente base de fãs estão alinhados com minhas ambições, pessoalmente e comercialmente”, completou.
A candidatura da Hitech é mais uma que pretende brigar por vaga na Fórmula 1 a curto prazo, sem garantias de que haverá alguma nova equipe aceita. Marcas como Andretti e Panthera já anunciaram planos para as próximas temporadas. A FIA (Federação Internacional de Automobilismo) já indicou que pretende incluir times, mas a Liberty e as equipes atuais fecham as portas.
A Hitech foi fundada originalmente em 2002 por Dennis Rushen e David Hayle, ainda como Hitech Racing. Ao longo dos anos, o time chegou a diversas categorias, inclusive ao Brasil – integrou os grids da Fórmula 3 sul-americana (2009 a 2013) e da Fórmula 3 brasileira (2014 a 2017). Em 2015, Hayle se associou a Oliver Oakes para transformar a equipe em Hitech Grand Prix Ltd.
Emanuel Colombari é jornalista com experiência em redações desde 2006, com passagens por Gazeta Esportiva, Agora São Paulo, Terra e UOL. Já cobriu kart, Fórmula 3, GT3, Dakar, Sertões, Indy, Stock Car e Fórmula 1. Aqui, compartilha um olhar diferente sobre o que rola na F-1.