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Do clima olímpico à pista 'empoeirada', os contrastes do GP da Rússia

Emanuel Colombari

Imagem: Fórmula 1/Site oficial
Imagem: Fórmula 1/Site oficial

O Autódromo de Sochi que recebe desde 2014 o Grande Prêmio da Rússia de Fórmula 1 foi construído no coração do Parque Olímpico da cidade, sede dos Jogos Olímpicos de Inverno daquele ano.

Boa parte das competições aconteciam naquela parte de Sochi. No chamado “coastal cluster”, a organização alocou o Bolshoy Ice Dome, o Estádio Olímpico Fisht, a Adler Arena e diversas outras estruturas ainda ativas. A praça da entrega de medalhas, onde ficava a Tocha Olímpica, hoje é bem visível já a partir da curva 2.

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E tudo isso dá um clima especial à prova. “O último setor é muito técnico. As retas longas oferecem boas disputas e chances de ultrapassagem. O fato de o circuito estar em um Parque Olímpico dá uma atmosfera esportiva especial”, diz Pierre Gasly, da AlphaTauri.

O tom é semelhante na Williams. “O Parque Olímpico de Sochi é uma localização única para corrida, e passar por algumas sedes de uma Olimpíada de Inverno torna o cenário espetacular”, afirmou o britânico George Russell.

Vista do Parque Olímpico de Sochi, em registro de 2014 (Imagem: Acervo pessoal)

'Vassoura'

A logística inteligente daquela Olimpíada de Inverno, no entanto, contrasta com a pouca utilização do autódromo ao longo do ano.

Em 2021, entre grandes competições, a pista deve ser utilizada apenas na Fórmula 1, na Fórmula 2, na Fórmula 3, no WTCC (Campeonato Mundial de Turismo) e na RCRS (categoria local de carros de turismo). Só que a etapa da categoria russa ocorre só no fim de outubro, enquanto a do WTCC é no fim de novembro. Assim, o fim de semana com F-1, F-2 e F-3 praticamente tira o circuito da inatividade no ano.

Em compensação, o fim de semana na Rússia traz uma vantagem para os pilotos. Pela primeira vez em 2021, as três fórmulas se encontram no mesmo evento. Até aqui, nenhuma das cinco etapas da F-2 havia coincidido com as seis da F-3 - ambas sempre em finais de semana da F-1.

Desta forma, os 74 carros dos três grids estarão juntos para tirar a poeira e emborrachar a pista – que, vale registrar, foi atingida por uma forte chuva na semana.

“Vai ser difícil de acertar o carro porque a pista é pouco usada. A gente começa com muita sujeira na pista e a evolução vai ser muito grande”, explicou o brasileiro Guilherme Samaia, que disputa a Fórmula 2 pela Charouz. “Nesta pista, mais do que em qualquer outra, nós e a Fórmula 3 vamos servir de vassoura para a Fórmula 1”, brincou.

Guilherme Samaia (Imagem: Dutch Photo Agency)

Imagem de abertura: Fórmula 1/Site oficial

Emanuel Colombari

Emanuel Colombari é jornalista com experiência em redações desde 2006, com passagens por Gazeta Esportiva, Agora São Paulo, Terra e UOL. Já cobriu kart, Fórmula 3, GT3, Dakar, Sertões, Indy, Stock Car e Fórmula 1. Aqui, compartilha um olhar diferente sobre o que rola na F-1.