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Quem foi o melhor "piloto de treinos livres" da F1 em 2022? Relembre

Emanuel Colombari

Imagem: Aston Martin F1
Imagem: Aston Martin F1

Ao todo, 34 pilotos estiveram em ação ao longo da temporada 2022 da Fórmula 1. Você percebeu?

Além dos 20 titulares das 10 equipes, a F1 teve 13 pilotos participando de treinos livres – incluindo Nyck de Vries, que substituiu Alexander Albon na Williams durante o GP da Itália. Nico Hulkenberg, que substituiu Sebastian Vettel nas duas primeiras corridas do ano pela Aston Martin, completa a conta.

A presença destes “convidados” era uma exigência do regulamento de 2022: cada equipe precisaria contar com pilotos além dos titulares para pelo menos dois treinos livres ao longo do ano.

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Embora tais pilotos fossem chamados de novatos, alguns deles eram bem experientes. A Alfa Romeo contou com Robert Kubica em quatro treinos livres no ano, enquanto a Haas deu dois treinos livres para Antonio Giovinazzi – que, quando testado, já era avaliado como possível substituto para Mick Schumacher em 2023.

As duas equipes, aliás, foram raras exceções entre equipes que deram mais quilometragem do que a exigida para tais pilotos. Além delas, a Williams fez três treinos livres com os novatos – um com Nyck de Vries e dois com Logan Sargeant, na busca por pontos para a superlicença do norte-americano. De resto, as outras sete equipes tiveram os pilotos em apenas dois treinos cada.

Feita esta breve apresentação, é hora de relembrar como foi cada novato (ou “novato”) nas dez equipes. Quem foi o melhor? Quem merecia vaga como titular (além de De Vries e Sargeant)? Você decide!

Alfa Romeo

A Alfa Romeo apostou na presença de Robert Kubica em quatro treinos livres ao longo do ano – graças, especialmente, ao apoio da petrolífera polonesa PKN Orlen à equipe. Com um carro pouco competitivo e já distante dos melhores anos da carreira, Kubica não decepcionou, mas também pouco brilhou.

A última das cinco participações ficou a cargo de Théo Pourchaire, integrante da academia de formação de pilotos da Sauber. Vice-campeão da Fórmula 2 no ano e cotado para uma vaga na F1 a curto prazo, o francês esteve em ação no primeiro treino livre do GP dos EUA e conseguiu um discreto 18º lugar.

  • Robert Kubica (POL): 13º no TL1 do GP da Espanha, 19º no TL1 do GP da França, 20º no TL1 do GP da Hungria e 14º no TL1 do GP de Abu Dhabi
  • Théo Pourchaire (FRA): 18º no TL1 do GP dos EUA

AlphaTauri

O neozelandês vem de bons resultados nos últimos anos – foi vice-campeão da DTM em 2021 e terceiro colocado na Fórmula 2 em 2022. Na Fórmula 1, porém, o fraco carro que a AlphaTauri entregou na temporada não permitiu impressionar. Por sorte, conseguiu coisa melhor andando de Red Bull.

  • Liam Lawson (NZL): 19º no TL1 do GP da Bélgica e 16º no TL1 do GP do México

Alpine

Oscar Piastri era a grande aposta da Alpine para os próximos anos – chegou a ser anunciado como titular para 2023 e tinha vaga certa em treinos livres neste ano. No entanto, deu no pé e assinou com a McLaren para correr na vaga de Daniel Ricciardo a partir do ano que vem. Ao time francês, restou contratar Pierre Gasly como titular e escalar Jack Doohan para os testes – o time, aliás, foi o último a estrear um novato em testes em 2022, o que só aconteceu no México.

Diante de um cenário tão caótico, mesmo com uma equipe tão competitiva no ano, Doohan não conseguiu mostrar muita coisa. Apesar do bom desempenho na temporada da Fórmula 2, andou entre os últimos nos testes da F1, apenas cumprindo tabela.

  • Jack Doohan (AUS): 19º no TL1 do GP do México e 19º no TL1 do GP de Abu Dhabi

Aston Martin

Outra equipe que apenas cumpriu o regulamento, escalando novatos para apenas duas sessões. Na primeira, no GP da Itália, escalou o holandês Nyck de Vries – reserva da Mercedes, sua fornecedora de motores – para conquistar um modesto 19º lugar.

No fim do ano, foi a vez de Felipe Drugovich, integrante do agora programa de desenvolvimento do time. No primeiro treino livre do GP de Abu Dhabi, o paranaense foi o 20º colocado, em sessão que serviu mais para reconhecimento do carro do que para busca de resultados.

  • Nyck de Vries (HOL): 19º no TL1 do GP da Itália
  • Felipe Drugovich (BRA): 20º no TL1 do GP de Abu Dhabi

Ferrari

Em meio a tantos problemas no decorrer do ano, a Ferrari também não fez um grande esforço para ir além do exigido pelo regulamento, escalando o russo Robert Shwartzman para duas sessões – e só.

No GP dos EUA, correndo com nacionalidade israelense, Shwartzman foi o 16º colocado. Depois, no GP de Abu Dhabi, com nacionalidade neutra, o piloto da academia da Ferrari conquistou um bom sétimo lugar.

  • Robert Shwartzman(ISR/FIA): 16º no TL1 do GP dos EUA e 7º no TL1 do GP de Abu Dhabi

Haas

A Haas colocou pilotos extras em quatro GPs no ano. Primeiro, deu duas chances ao italiano Antonio Giovinazzi, na Itália e nos EUA, possivelmente em avaliação para uma vaga de titular para 2023. O italiano não impressionou muito e conseguiu o 18º lugar em Monza como melhor desempenho.

Depois, Pietro Fittipaldi teve duas chances, ambas com pouco destaque. Primeiro, no GP do México, teve problemas de motor e ficou no 20º lugar, depois de abandonar a sessão com poucas voltas. Depois, em Abu Dhabi, foi ao 17º lugar.

  • Antonio Giovinazzi (ITA): 18º no TL1 do GP da Itália e 20º no TL1 do GP dos EUA
  • Pietro Fittipaldi (BRA): 20º no TL1 do GP do México e 17º no TL1 do GP de Abu Dhabi

McLaren

A McLaren viu nos testes uma oportunidade para dar experiência a pilotos um pouco mais experientes, que correm na Fórmula Indy: Álex Palou (Chip Ganassi) e Pato O’Ward (Arrow McLaren).

Nenhum deles brilhou muito – como, aliás, foi a tônica da presença dos novatos em treinos livres no ano. Mas foi interessante ver pilotos da Indy presentes na F1, em um intercâmbio que já foi mais forte até o início do século XXI com nomes como Michael Andretti, Alex Zanardi, Juan Pablo Montoya e Sebastien Bourdais, entre outros.

  • Álex Palou (ESP): 17º no TL1 do GP dos EUA
  • Pato O’Ward (MEX): 18º no TL1 do de Abu Dhabi

Mercedes

A Mercedes apostou no que tinha de melhor para cumprir o protocolo, e colocou Nyck de Vries em duas sessões. O holandês, campeão da Fórmula 2 em 2019 e da Fórmula E em 2021, teve um nono lugar no TL1 do GP da França como melhor desempenho.

Mas o acordo em De Vries e Mercedes rendeu a ele ainda treinos livres por Aston Martin e Williams, equipes que correram com motores da fabricante alemã. E foi graças a essas parcerias que ele conseguiu uma vaga para correr o GP da Itália na Williams, conquistando o nono lugar e deixando um impressionante cartão de visitas na F1. Não por acaso, conseguiu uma vaga de titular na AlphaTauri para 2023.

(Melhor também para o dinamarquês Frederik Vesti, que ganhou a vaga para os testes de pós-temporada com a Mercedes em Abu Dhabi após o acerto de De Vries com a AlphaTauri.)

  • Nyck de Vries (HOL): 9º no TL1 do GP da França (9) e 18º no TL1 do GP do México

Red Bull

Jüri Vips era o primeiro da fila na Red Bull, mas acabou afastado da equipe após fazer comentários racistas em uma live. Antes disse, teve tempo de fazer um treino livre no GP da Espanha, terminando apenas na 20ª posição.

O substituto escolhido foi Liam Lawson, que não conseguiu muito nos testes com a AlphaTauri. Com a Red Bull, no entanto, impressionou: foi o quinto no primeiro treino livre do GP de Abu Dhabi, o melhor resultado de um novato em treinos livres no ano.

  • Jüri Vips (EST): 20º no TL1 do GP da Espanha
  • Liam Lawson (NZL): 5º no TL1 do GP de Abu Dhabi

Williams

Na equipe dos resultados mais fracos de 2022, os pilotos dos testes não puderam sonhar muito alto. Nem mesmo Nyck de Vries, escalado para o primeiro treino livre na Espanha, quando conquistou o 18º lugar – suficiente, porém, para deixar boa impressão.

No fim do ano, disposta a dar uma vaga de titular a Logan Sargeant para 2023, a Williams escalou o norte-americano para treinos livres, com uma única missão: completar cada sessão sem grandes erros, de forma a somar um ponto em cada para a superlicença. Conseguiu.

  • Nyck de Vries (HOL): 18º no TL1 do GP da Espanha
  • Logan Sargeant (EUA): 19º no TL1 do GP dos EUA, 17º no TL1 do GP do México, 20º no TL2 do GP de São Paulo e 15º no TL1 do GP de Abu Dhabi

Emanuel Colombari

Emanuel Colombari é jornalista com experiência em redações desde 2006, com passagens por Gazeta Esportiva, Agora São Paulo, Terra e UOL. Já cobriu kart, Fórmula 3, GT3, Dakar, Sertões, Indy, Stock Car e Fórmula 1. Aqui, compartilha um olhar diferente sobre o que rola na F-1.