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Potência da Super Fórmula, TOM'S já sonhou com equipe no grid da Fórmula 1

Emanuel Colombari

Liam Lawson (Mugen) e Ukyo Sasahara (TOM'S) em prova da Super Fórmula 2023 em Suzuka (Imagem: Dutch Photo Agency/Red Bull Content Pool)
Liam Lawson (Mugen) e Ukyo Sasahara (TOM'S) em prova da Super Fórmula 2023 em Suzuka (Imagem: Dutch Photo Agency/Red Bull Content Pool)

Liam Lawson foi um protagonista inesperado da temporada 2023 da Fórmula 1, assumindo um dos carros da AlphaTauri durante cinco provas como substituto de Daniel Ricciardo – que, por sua vez, substituiu o dispensado Nyck de Vries na escuderia italiana.

A estreia na categoria veio em uma trajetória incomum. Apesar de passar pela Fórmula 2 em 2021 e 2022, com um terceiro lugar na segunda temporada, o neozelandês não conseguiu se mostrar uma opção atraente para uma vaga na AlphaTauri. O time optou por Nyck de Vries como substituto de Pierre Gasly.

Assim, Lawson foi parar na Super Fórmula, a principal categoria de monopostos do Japão. A competição tem sido um destino comum para pilotos do Red Bull Junior Team, especialmente no vácuo entre a F2 e a F1 – nomes como Pierre Gasly, Pato O’Ward, Jüri Vips e Dan Ticktum, todos com passagens pelo projeto, disputaram a competição. E nomes como Ralf Schumacher, JP de Oliveira, Kamui Kobayashi, Nick Cassidy, André Lotterer, Narain Karthikeyan, Álex Palou e Sacha Fenestraz também já abrilhantaram as pistas nipônicas.

Muitos deles correram por uma das maiores potências do grid da Super Fórmula: a equipe TOM’S, que deu a JP de Oliveira (2010), André Lotterer (2011), Kazuki Nakajima (2012 e 2014) e Nick Cassidy (2019) os títulos na categoria. Entre títulos de pilotos e equipes, a TOM’S só perde nos números para a Impul (19 a 10).

Kazuki Nakajima foi campeão da Super Fórmula em 2014 com a TOM'S (Imagem: Wikipedia/Creative Commons)

O que pouca gente é que a TOM’S já cogitou ampliar suas aventuras para além do Japão, sonhando com uma vaga na Fórmula 1.

Fundada na década de 1970 por Nobuhide Tachi e Kiyoshi Oiwa, a TOM’S (sigla para Tachi Oiwa Motor Sport) sempre trabalhou muito próxima da Toyota, fabricando peças de alta performance para a montadora japonesa. Na década de 1980, a operação ganhou força, passando a desenvolver motores para a Fórmula 3 – primeiro na competição local, em 1981, depois na Europa, em 1987. Nos anos seguintes, vieram a fabricação de chassis para a F3 (1991) e uma primeira passagem pela Super Fórmula, então chamada de Fórmula 3000 japonesa (1993).

Na década de 1990, veio o plano para o grande salto e a chegada à Fórmula 1. Em 1993, a empresa contratou John Barnard, que contava com passagens de destaque por McLaren, Ferrari e Benetton, e apostaria na estrutura do próprio engenheiro na cidade de Hingham (Inglaterra) para desenvolver o projeto, com o apoio da Toyota.

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Mas Barnard voltou à Ferrari ainda em 1993, e a TOM’S precisou de um plano B: contratou Frank Coppuck para chefiar o plano. Frank foi responsável por desenhar carros de equipes como Tyrrell, Lola e March na Fórmula 1 entre os anos 1980 e 1990 – além de ser sobrinho de Gordon Coppuck, engenheiro com passagens por McLaren e March e cofundador da equipe Spirit no início da década de 1980.

Com Frank Coppuck, a TOM’S começou a construir um carro e a realizar estudos de viabilidade sobre a entrada na Fórmula 1 a curto prazo. As primeiras avaliações eram bastante promissoras.

“Temos resultados positivos dos testes no túnel de vento. Devo destacar que, neste momento, trata-se meramente de uma investigação detalhada que permitirá que nos candidatemos para 1994. Mas certamente estaremos correndo em 1995”, afirmou o engenheiro à revista Autosport na época.

O projeto da TOM'S para a F1 (Imagem: Autosport/Reprodução)

Mas o que parecia certo acabou se desfazendo em pouco tempo. A Toyota, principal apoio por trás do projeto da TOM’s, decidiu não entrar na Fórmula 1 naquele momento. Sem a montadora, Frank Coppuck foi para a Pacific, na qual foi responsável pelos projetos do time para as temporadas 1994 e 1995 – o time britânico, aliás, jamais pontuou.

A Toyota voltaria aos planos de F1 em 1999, tirando todo o ano de 2001 para testar com um carro que nunca correu antes de estrear de fato em 2002. Já a TOM’S, depois de conquistar bons resultados em diversas categorias, entrou de vez na Super Fórmula – então Fórmula Nippon – em 2006. Em 2023, deu o título a Ritomo Miyata, que venceu Liam Lawson por oito pontos.

Emanuel Colombari

Emanuel Colombari é jornalista com experiência em redações desde 2006, com passagens por Gazeta Esportiva, Agora São Paulo, Terra e UOL. Já cobriu kart, Fórmula 3, GT3, Dakar, Sertões, Indy, Stock Car e Fórmula 1. Aqui, compartilha um olhar diferente sobre o que rola na F-1.