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O ano em que Alain Prost quase virou companheiro de Michael Schumacher na Ferrari

Emanuel Colombari

Imagem: F1
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O fim de carreira de Alain Prost na Fórmula 1 foi cheio de altos e baixos. Mas poderia ter sido bem diferente.

Prost deixou a McLaren no fim de 1989 e foi para a Ferrari. Vice-campeão em 1990, desentendeu-se com a equipe ao longo de 1991. No ápice da crise, foi demitido após o GP do Japão e substituído pelo time no GP da Austrália por Gianni Morbidelli.

Poderia ser o fim para o tricampeão, mas não foi. Depois de um ano afastado das pistas em 1992, Alain Prost voltou à Fórmula 1 pela Williams, que havia perdido Nigel Mansell para o automobilismo norte-americano. E o francês não decepcionou: venceu sete corridas e terminou a temporada de 1993 como campeão, encerrando a carreira de piloto de F1 como tetracampeão.

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Mas e se Prost tivesse voltado mais uma vez? Isso quase aconteceu – pela Ferrari.

Em entrevista ao Beyond the Grid, o podcast oficial da Fórmula 1, o ex-piloto francês diz ter conversado com a escuderia sobre uma possível vaga na segunda metade da década de 1990. A ideia não seria brigar por títulos, mas atuar como um escudeiro de Michael Schumacher, que havia chegado da Benetton após dois títulos.

“Eu tive – e foi bem perto – outra oportunidade em um momento, alguns anos depois (da aposentadoria), mesmo com a Ferrari”, disse o tetracampeão, que não especificou datas.

“Eu conversei com Jean (Todt, então chefe de equipe da Ferrari), e Michael foi até lá. Discuti com Jean e disse: ‘Temos que ser claros: se eu for, eu sou o número dois. Vou tentar ajudar Michael e a Ferrari a vencer o campeonato’”, relatou.

A ideia, segundo contou, era criar um ambiente pacificado dentro da equipe no caso de um acerto.

“Seria uma atitude limpa. ‘Eu não quero nenhuma discussão com a imprensa ou algo do tipo. Michael é o primeiro piloto, eu sou o segundo’”, explicou. “Poderia ter sido uma possibilidade, mas não funcionou.”

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Prost não soube explicar ao certo o que deu errado na negociação. O fato é que, de 1995 para 1996, a Ferrari trocou seus dois pilotos titulares: Jean Alesi e Gerhard Berger saíram rumo à Benetton, enquanto Michael Schumacher ganhou a companhia do irlandês Eddie Irvine, que correu pela Jordan entre 1993 e 1995.

“Talvez tenhamos concluído que seria muito difícil fazer isso. Não me lembro o que eles disseram na época, mas talvez tenha sido melhor que não tenhamos feito”, disse.

Mas Prost garante: não faria feio caso retornasse à Fórmula 1 em 1996, aos 41 anos.

“Não teria como competir com Michael depois de ter parado há um, dois, três anos, e depois voltar. Mas eu poderia ajudar”, acredita. “Teria sido um desafio, talvez um desafio maluco, mas eu não iria recuar.”

Emanuel Colombari

Emanuel Colombari é jornalista com experiência em redações desde 2006, com passagens por Gazeta Esportiva, Agora São Paulo, Terra e UOL. Já cobriu kart, Fórmula 3, GT3, Dakar, Sertões, Indy, Stock Car e Fórmula 1. Aqui, compartilha um olhar diferente sobre o que rola na F-1.