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Grande Prêmio de Soweto? África do Sul pode voltar à F1 em palco da Copa 2010

Emanuel Colombari

Imagem: South African Football Association
Imagem: South African Football Association

A expectativa do retorno do Grande Prêmio da África do Sul ao calendário da Fórmula 1 em 2023 não se cumpriu. Mas o país não desistiu de voltar a receber a categoria. Desta vez, a novidade é a possibilidade de um circuito nos arredores de um dos estádios utilizados na Copa do Mundo de 2010.

A presença de uma corrida na África é um desejo do CEO da Fórmula 1, Stefano Domenicali. Em junho, o dirigente viajou à África do Sul para negociar um contrato com o circuito de Kyalami. Chegou a visitar as dependências da pista e conversar com representantes locais.

No entanto, a prova ficou fora do calendário de 2023, já que as negociações iniciais entre a F1, os promotores da corrida e os proprietários do circuito de Kyalami fracassaram. A ausência permitiu a permanência por mais um ano do Grande Prêmio da Bélgica, cujo contrato iria apenas até 2022.

Mas Domenicali ainda não desistiu. A atual empresa responsável pela promoção da prova, a South African Grand Prix (Pty) Ltd., já foi comunicada que a categoria busca novos promotores para realizar o Grande Prêmio da África do Sul – se possível, com maior apoio governamental.

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É possível que uma das alternativas esteja a cerca de 35 km ao sul de Kyalami. No caso, no histórico bairro de Soweto, região ao sul de Johanesburgo marcada por uma forte luta contra o regime do Apartheid e incorporada à cidade em 2002.

Segundo o site da revista Car Magazine, a nova alternativa está ligada a Bobby Hartslief, um magnata do automobilismo sul-africano que promoveu o Grande Prêmio da África do Sul entre 1981 e 1985. O empresário teria interesse em construir uma nova pista nos arredores do FNB Stadium, estádio de futebol de Johannesburgo que ficou conhecido na Copa de 2010 como Soccer City. Foi inclusive o palco da decisão entre Espanha e Holanda.

O site GrandPrix247, por sua vez, publicou um rascunho da possível pista. Ao veículo, Hartslief afirmou ter conversado com mais empresários para tentar viabilizar o Grande Prêmio de Soweto.

Imagem: GrandPrix247/Reprodução

“Fui procurado para oferecer conselhos e comentar o conceito de um Grande Prêmio de Soweto de Fórmula 1”, afirmou, indicando planos de transformar a região – que já abriga o chamado Nasrec (sigla em inglês para Centro Nacional de Recreação), onde fica o FNB Stadium.

“Um grupo de influentes empresários me contatou alguns anos atrás com o conceito de um grande evento, substancialmente maior do que apenas três dias de treinos e classificação culminando em uma corrida de Fórmula 1 de duas horas”, acrescentou, indo além.

“Um Grande Prêmio de Soweto no terreno do Nasrec preenche todos os requisitos. O Nasrec já é um centro de exibições de padrão internacional, com tudo que é necessário e mais a caminho. O Nasrec é a porta de entrada para a alma do país e símbolo da liberdade africana em Soweto”, discursou.

O maior desafio agora é financeiro. Hartslief acredita que as autoridades locais não deverão participar dos investimentos para a prova. No entanto, segundo ele, os investidores privados que entraram em contato com ele acreditam ser capazes de levantar os fundos para a prova.

É possível que os rumores do Grande Prêmio de Soweto sejam apenas uma manobra para pressionar os responsáveis por Kyalami na busca por um acordo com a Fórmula 1. De qualquer forma, mostra que os sul-africanos estão dispostos a voltar a receber a categoria. Vai acontecer?

Emanuel Colombari

Emanuel Colombari é jornalista com experiência em redações desde 2006, com passagens por Gazeta Esportiva, Agora São Paulo, Terra e UOL. Já cobriu kart, Fórmula 3, GT3, Dakar, Sertões, Indy, Stock Car e Fórmula 1. Aqui, compartilha um olhar diferente sobre o que rola na F-1.