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GP da Itália deixa Nicholas Latifi no 21º lugar de um campeonato com 20 pilotos titulares

Emanuel Colombari

Imagem: Williams Racing
Imagem: Williams Racing

A situação de Nicholas Latifi na temporada 2022 é das mais desconfortáveis.

A temporada 2022 da Fórmula 1 tem dez equipes, e cada uma tem dois pilotos – logo, 20 pilotos titulares. Mesmo assim, o canadense da Williams ocupa a 21ª posição do Mundial de pilotos, sem pontuar. Como isso é possível?

A resposta está exatamente na Williams. Alexander Albon ficou de fora do GP da Itália após ser diagnosticado com apendicite. No lugar do tailandês, a equipe escalou o holandês Nyck de Vries, piloto reserva e de testes da Mercedes e da própria Williams.

De Vries não decepcionou: em sua primeira corrida na F1, conquistou o nono lugar e somou dois pontos. Foi o melhor resultado do time britânico em 2022, empatando com o nono lugar de Alexander Albon no GP de Miami.

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Com os dois pontos, De Vries assumiu o 20º lugar no Mundial de pilotos, jogando Latifi para o 21º lugar. E a situação poderia ser ainda pior, já que Nico Hulkenberg substituiu Sebastian Vettel na Aston Martin nas duas primeiras corridas do ano, no Bahrein e na Arábia Saudita, sem pontuar.

O fraco desempenho de Hulkenberg, no entanto, já foi suficiente para deixar Latifi em maus lençóis. Com um 12º lugar em Jedá, o alemão deixou o canadense fora das 20 primeiras posições até o GP da Inglaterra, quando Latifi também conseguiu o 12º lugar. Aí, o desempate vai para o segundo melhor desempenho de cada um – Latifi tem um 14º lugar em Miami, enquanto Hulkenberg foi o 17º em Sakhir. Foi aí que o canadense recuperou o 20º lugar, perdido novamente na Itália.

A situação, vale destacar, não é inédita. Nikita Mazepin (Haas) foi o 21ª colocado na temporada 2021, que teve 20 titulares – Robert Kubica (Alfa Romeo) se garantiu entre os 20 melhores.

Chance em Monza não resistiu à primeira volta

O desempenho da Williams em Monza colocou o canadense ainda mais em xeque. A equipe chegou otimista à prova e ainda conseguiu colocar os dois pilotos entre os 10 melhores do grid – após punições a boa parte dos pilotos, De Vries foi o oitavo e Latifi foi o décimo. Enquanto o estreante fez uma apresentação segura e competitiva, o titular teve mais um domingo apagado.

Tanto piloto quanto equipe viram como principal problema a largada: Latifi perdeu quatro posições na primeira volta, e ainda tinha os punidos Sergio Pérez (Red Bull), Carlos Sainz (Ferrari) e Lewis Hamilton (Mercedes) atrás. No fim, foi apenas o 15º colocado e lamentou o que considerou “uma corrida muito dura”.

“Minha largada foi comprometida, eu fiquei entre alguns carros tentando evitar danos. Muitos carros cortam a primeira curva sem nenhuma penalidade. Infelizmente, tivemos um pit-stop lento (volta 15, com 26s782 entre sair e entrar na pista) que nos deixou com muito pouco para buscar na corrida”, lamentou.

“O objetivo era manter a posição em que largamos e tivemos uma chance de lutar, mas não era para ser. Fomos rápidos em linha reta, mas lutamos com os freios e a velocidade nas curvas. Vamos tentar nos recuperar em Singapura em algumas semanas”, acrescentou.

A equipe, por sua vez, adotou um discurso conformado. “Nicholas teve um início de corrida complicado, perdendo (posições) na primeira chicane antes de construir uma boa recuperação mostrando um ritmo razoável com os pneus duros para voltar à luta com (Lance) Stroll, (Yuki) Tsunoda, (Mick) Schumacher e (Valtteri) Bottas. Infelizmente, ele não conseguiu recuperar toda a perda das primeiras voltas e terminou em 15º”, resumiu Dave Robson, diretor de desempenho da Williams.

A Williams tem uma das poucas vagas ainda abertas no grid para 2023. Alexander Albon já renovou contrato, enquanto Nicholas Latifi tem compromisso apenas até o fim de 2022 e ainda busca renovar. Nyck de Vries é um dos candidatos ao posto, e mostrou quer pode (e quer) a vaga. O norte-americano Logan Sargeant também está na briga.

Mas não será surpresa se a Williams tiver escolhido o companheiro de Albon em 2023 no GP da Itália.

Emanuel Colombari

Emanuel Colombari é jornalista com experiência em redações desde 2006, com passagens por Gazeta Esportiva, Agora São Paulo, Terra e UOL. Já cobriu kart, Fórmula 3, GT3, Dakar, Sertões, Indy, Stock Car e Fórmula 1. Aqui, compartilha um olhar diferente sobre o que rola na F-1.