Notícias

Como funcionará a academia do BRB para a formação de pilotos no DF

Emanuel Colombari

Imagem: BRB/Divulgação
Imagem: BRB/Divulgação

Durante o fim de semana do Grande Prêmio da Bélgica, Reginaldo Leme anunciou em primeira mão a parceria do BRB com a Alpine para projetos envolvendo não apenas a Fórmula 1, mas também as categorias de formação. O anúncio por parte da equipe, em 29 de julho, confirmou as informações divulgadas pelo comentarista.

O acordo veio em um excelente momento para o automobilismo brasileiro. Ainda que o país não tenha um piloto titular no grid da F1 desde o fim de 2017, quando Felipe Massa se aposentou pela Williams, o Brasil tem acompanhado o nascimento e o desenvolvimento de pilotos de alto nível. O ano de 2022 começou com o nascimento da Fórmula 4 Brasil e terminou com o título de Felipe Drugovich na Fórmula 2.

Não por acaso, diversas marcas nacionais vêm marcando presença na Fórmula 1. A Oakberry é patrocinadora da Haas, enquanto XP e Porto apoiam a Aston Martin. Agora, o BRB se junta à lista, estampando os carros da Alpine no Grande Prêmio de São Paulo de 2023. O banco do Distrito Federal também passou a ser parceiro exclusivo de serviços financeiros do time da Renault. De quebra, também passa a patrocinar Gabriel Bortoleto, piloto da Trident que lidera o campeonato da Fórmula 3.

Leia também:

Isso tudo é a cereja do bolo. Mas há um ponto que merece destaque na parceria: o plano do BRB de criar uma academia de formação de pilotos em Brasília, cidade de origem do banco. O objetivo é realizar seletivas anuais para buscar jovens pilotos, ajudando os nomes escolhidos a abrir portas em categorias de automobilismo no exterior (o que casa com o propósito da F-4 Brasil, por exemplo), ao mesmo tempo em que fortalece o cenário do esporte no Distrito Federal.

“A parceria do BRB com a BWT Alpine F1 Team marca, definitivamente, a história do automobilismo brasileiro. Ela vai permitir, por meio da academia, dar oportunidade para todos os pilotos não apenas sonharem, mas percorrem um caminho com gestão profissional e chegarem ao automobilismo e à Fórmula 1”, comemorou Giovanni Guerra, presidente da CBA (Confederação Brasileira de Automobilismo).

Desafios

Para tudo isso sair do papel, no entanto, há alguns desafios. Primeiro, o momento conturbado da Alpine. Sob pressão na Fórmula 1, a marca passou por uma forte mudança, que não poupou importantes nomes. Laurent Rossi, CEO da Alpine, foi remanejado no organograma da empresa. O tamanho da participação da empresa no projeto ainda não está claro - ao menos para o público.

Outro obstáculo importante é a reforma do Autódromo Internacional Nelson Piquet, em Brasília, iniciada em 2014. Etapas da MotoGP e da Fórmula Indy no local chegaram a ser anunciadas neste período, mas foram obviamente canceladas.

Para as duas questões, porém, há soluções a caminho.

Na Alpine, o vice-presidente Bruno Famin trabalha para organizar a casa com calma, o que deve acontecer ao longo do segundo semestre. Em Brasília, o BRB conta com um convênio assinado em 2021 com a Terracap (Agência de Desenvolvimento do Distrito Federal, então administradora do autódromo), permitindo a retomada das obras. O banco assumiria a gestão da obra e a futura operação do autódromo. Agora, em comunicado, a instituição financeira diz que “a reabertura vai permitir que Brasília volte a receber grandes provas esportivas e eventos, movimentando a economia e promovendo emprego e renda”.

“O BRB acredita no poder transformador do esporte e é uma das principais patrocinadoras de diversas modalidades”, destaca Paulo Henrique Costa, presidente do BRB. A marca do banco aparece em competições como a Stock Car, o Rally dos Sertões, o TCR (Touring Car Championship) e a Fórmula 4 Brasil.

“(Com a Alpine), poderemos explorar formas de contribuir para que os pilotos brasileiros tenham mais oportunidades nas mais diversas categorias profissionais do automobilismo, e também dentro da Fórmula 1. Por isso, estamos muito animados em abrir discussões sobre como a Alpine Academy apoiará nosso programa no Brasil”, completou.

Emanuel Colombari

Emanuel Colombari é jornalista com experiência em redações desde 2006, com passagens por Gazeta Esportiva, Agora São Paulo, Terra e UOL. Já cobriu kart, Fórmula 3, GT3, Dakar, Sertões, Indy, Stock Car e Fórmula 1. Aqui, compartilha um olhar diferente sobre o que rola na F-1.