A Alpine anunciou nesta quinta-feira (30) o lançamento do Rac(H)er, uma iniciativa a favor da igualdade de gênero no automobilismo e na indústria automotiva. O objetivo é dar mais oportunidades a mulheres em todo o organograma da empresa, com o objetivo de colocar mulheres no grid da Fórmula 1.
De acordo com a fabricante, apenas 12% de seu quadro de funcionários atual é composto por mulheres. O objetivo inicial é aumentar esse número para 30% em cinco anos, iniciando um recrutamento igualitário (50% de vagas para homens e 50% de vagas para mulheres) a partir de agora para trainees e funcionários já graduados.
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Além disso, entre as primeiras iniciativas, a Alpine promete investir em programas de educação voltados para as áreas de ciências, tecnologia, engenharia e matemática, de forma a encorajar a entrada de mulheres em tais campos a longo prazo. Assim, a equipe francesa promete programas de orientação em todos os departamentos para apoiar mulheres nas carreiras.
“Com o Rac(H)er, queremos criar uma verdadeira meritocracia e não apenas mover estatísticas. Criamos um programa único e de longo prazo que conta com o compromisso de todos os funcionários da Alpine. O desafio é estimular a reflexão dentro das equipes, mas também colocar em prática meios concretos para avançar tanto dentro da empresa. Comprometemo-nos a fazer isso em todas as áreas da empresa e lideramos pelo exemplo. Cinquenta por cento do comitê de gestão da Alpine agora são mulheres – não porque isso seja uma cota, mas porque elas são as melhores em seu campo de especialização para liderar a função e suas responsabilidades”, afirmou Claire Mesnier, vice-presidente de recursos humanos da Alpine.
Rumo à Fórmula 1
Nas pistas, a Alpine quer monitorar desde o kart jovens corredoras que queiram chegar à Fórmula 1. Às escolhidas, o programa oferecerá treinamentos de corrida, orientação psicológica, treinamentos físicos e avaliações.
De quebra, promete realizar estudos para identificar carências na formação das pilotas promissoras, “para levá-las a um nível competitivo na Fórmula 1”. A promessa é de alocar “recursos substanciais” para dar às jovens as mesmas oportunidades oferecidas a pilotos formados na academia da Alpine, passando do kart para a Fórmula 3, para campeonatos regionais, para a Fórmula 3 e para a Fórmula 2, até a chegada à Fórmula 1.
“Nosso papel, como equipe de Fórmula 1 e marca do Grupo Renault, é nos comprometermos a tornar nosso ecossistema mais inclusivo e fazer da diversidade nossa força. Estamos cientes da necessidade de uma profunda transformação do esporte e da indústria para que todos os talentos possam florescer no futuro”, afirmou Laurent Rossi, diretor-executivo da Alpine.
“Com o lançamento do Rac(H)er, este programa de transformação de longo prazo, esperamos contar com a adesão de todos os players do setor, pois só unindo poderemos avançar de verdade. E esse seria o nosso verdadeiro sucesso”, acrescentou.
Emanuel Colombari é jornalista com experiência em redações desde 2006, com passagens por Gazeta Esportiva, Agora São Paulo, Terra e UOL. Já cobriu kart, Fórmula 3, GT3, Dakar, Sertões, Indy, Stock Car e Fórmula 1. Aqui, compartilha um olhar diferente sobre o que rola na F-1.