De quem é a culpa? Mulher tem paixão avassaladora por amigo, mas se decepciona

Na semana em que completa 1 ano da morte de Marília Mendonça, a rádio Nativa reuniu relatos de fãs que tiveram histórias de vida representadas por músicas da cantora

Da redação, com a Nativa

Marília Mendonça foi um espetáculo. Em vida, a cantora, que faleceu aos 26 anos, dizia ser dona de "sentimentos exagerados". Por causa deles, criou músicas que marcaram a vida de milhares de fãs, narradas por uma voz única, que conquistou o Brasil. A partida precoce deixou saudade, mas a artista segue viva na poesia de cada uma de suas canções. São obras que, até hoje, conseguem, como ninguém, entender os mistérios e prazeres que um grande amor pode proporcionar.  

Na semana em que completa 1 ano da morte da cantora, a rádio Nativa reuniu relatos de fãs que tiveram histórias de vida representadas por músicas de Marília. Veja abaixo o quadro “Aconteceu Comigo” com o relato de Lívia que lembra muito a canção "De Quem é a Culpa", ou dê o play no vídeo para ouvir! 

"Eu sempre fui uma moça muito quieta e extremamente na minha. Posso contar nos dedos às vezes que me lembro de ter ficado interessada por algum homem nessas milhares de festas que fui quase que obrigada a frequentar durante a faculdade… realmente foram poucos. Sempre fui a “romântica” e preferia me envolver emocionalmente antes de criar qualquer tipo de compromisso casual. E foi em mais uma dessas vezes, colocando o coração a frente de tudo, que eu defini a vida que levo até hoje. 

A minha história começou quando a minha rotina virou de cabeça para baixo, em 2018, no momento em que troquei de emprego e decidi mudar de vez a minha jornada. Prefiro não me identificar, mas aqui vocês podem me chamar de Lívia. Eu trabalhava na área de recursos humanos em uma empresa muito grande que estava acabando com minha saúde mental… então preferi tentar uma oportunidade em um escritório pequeno, uma coisa mais de bairro.

Muito rapidamente consegui a vaga e comecei a trabalhar na semana seguinte. Por ser um local muito menor do que o anterior, todo mundo se conhecia e, acima de tudo, todo mundo falava com todo mundo. Entrei logo no começo do ano. Éramos em oito funcionários e um deles estava de férias: o Renan. Todo mundo falava sem parar desse Renan… só se ouvia o nome dele, sempre acompanhado de muitos elogios. E é claro que fiquei muito curiosa em conhecê-lo… quem não ficaria? 

Confesso que até procurei o nome dele em algumas redes sociais para tentar espiar para ver como ele seria… mas… nada. Não encontrei e não consegui descobrir nada. Eu teria que esperar mesmo. Finalmente, quase que acabando o mês de janeiro, o Renan apareceu. E apareceu muito alegre… com um sorriso inesquecível no rosto. Olha… não é por nada, não! Mas o Renan realmente era o cavalheiro que todo mundo havia comentado comigo. Que homem gentil, prestativo e carismático.

Desde o momento em que nos conhecemos, ele não deixou de passar na minha mesa um único dia para me dar um abraço e me desejar um bom dia. E… acreditem! Eu não via ele fazer isso com mais ninguém. Me sentia muito sortuda. Ahhh… e que abraço gostoso… Esse carinho foi passando e se intensificando, pelo menos para mim. Até que, em uma conversa com os funcionários da firma, decidimos marcar alguma coisa, todos juntos! Uma pizza, um churrasco… qualquer coisa.

Decidimos sair para um barzinho depois do expediente e foi aí, então, que fiquei perdidamente apaixonada pelo Renan. Curtimos muito e quando todos já haviam saído do bar, perto da meia-noite, só restava uma mesa ocupando o espaço… a nossa! Quer dizer, a minha e a do Renan. Só sobrou a gente… a conversa parecia não ter fim e, por mim, eu ficaria lá com ele sem ter hora para voltar para casa. É claro que, passadas umas duas  horas, nós decidimos ir embora e, para a minha surpresa, ele não deixou que eu fosse para casa sozinha.

Confesso que meu coração estava saindo pela boca. Eu estava agradecendo ao universo por poder ficar com o Renan mais um pouquinho. O motorista ia se aproximando do meu destino e por dentro eu já gritava de saudade por ter que deixar aquele homem ir embora. Ao chegar na minha casa, o Renan me desejou boa noite, pediu para que eu me cuidasse e se despediu com um beijo na minha testa. Nessa noite, eu rolei na cama durante toda a madrugada e simplesmente não consegui fechar os olhos sem pensar nos momentos e nos olhares trocados com ele. Não havia dúvida! Estava muito rendida a esse amor. 

O tempo foi passando, continuamos trabalhando juntos e dando essas saidinhas em grupo, com o Renan me tratando com o mesmo carinho de sempre. Eu me sentia diferenciada e sentia também que ele me olhava diferente, sorria diferente e, até mesmo, se comportava diferente perto de mim. 

Mas, infelizmente, ele não tomava nenhuma atitude. Passados alguns meses, não havíamos nos beijado, nem conversado sobre a gente, nem nada… coisas que qualquer casal de apaixonados faria. Eu não aguentava mais esse amor preso no meu peito. Até que em um final de semana qualquer, eu saí com algumas amigas, acabei bebendo mais do que estava acostumada e, com o celular por perto e umas cervejas a mais, tive coragem de fazer o que talvez eu não deveria ter feito: eu me declarei pro Renan. Falei tudo o que eu sentia, como aquele sentimento havia crescido dentro de mim e o quanto ele alimentava tudo isso com as suas atitudes tão carinhosas durante os nossos dias no trabalho. Ele só leu as mensagens e não me respondeu nada. Meu Deus… era uma sexta-feira, será que eu precisaria esperar até a segunda para ter uma resposta? Será que ele sente o mesmo? 

Será que se surpreendeu? Ou melhor, será que ele vai fazer uma surpresa para mim na segunda-feira e, por isso, não quer adiantar nada agora? Eu não sabia, mas ficava só imaginando. A segunda-feira chegou, mas, as coisas não foram bem como eu imaginei. Estava pronta para começar a chorar e me desesperar ali mesmo. Como assim ele não sentia esse amor por mim? Eu sempre me privei desses sentimentos e, agora, que me senti pronta para viver um grande amor, tenho que lidar com isso? Com a rejeição? Com um amor de irmã? Impossível aceitar. Eu me revoltei muito e questionei diariamente os carinhos do Renan comigo. Nada fazia sentido. Eu não me conformava! Passava o dia emburrada no escritório, mal conseguia trabalhar sem pensar no Renan. Quando nos encontrávamos, então… era pior. 

Ele ainda insistia nos carinhos e nos cuidados de sempre, mas, para bancar a durona, comecei a não ligar, até a desdenhar dos gestos dele. E, é claro… com o tempo, ele percebeu a minha ingratidão com seus carinhos, a minha insatisfação em não tê-lo como meu parceiro e se afastou totalmente. Tentei entender por muito tempo como ele poderia ter me deixado com tanta expectativa para, no final, não querer nada além de um amor amigo.  Perguntei para algumas amigas o que elas achavam sobre o jeito que o Renan me tratava e, para a minha surpresa, todas disseram que nunca viram nada demais na nossa relação. Algumas até comentaram que ele fazia o mesmo com elas. Meu mundo foi caindo, dia após dia. 

Meu coração se tornou um poço de dúvidas e inseguranças que não compreendem o que o esse moço que apareceu tão do nada na minha vida, fez de tão bom para que eu me entregasse e me apaixonasse desse jeito. Depois de quase um ano, o Renan foi promovido e transferido do nosso escritório, mudou até de cidade. Mas do meu coração ele não saiu, ainda. Eu excluí ele de todas as redes sociais, tirei do meu WhatsApp e de todos os lugares possíveis. Mas, não consigo esconder. Hoje meu coração sobrevive dos olhares, dos abraços e das palavras que o Renan me deu com uma intenção, e eu recebi com outra.  Conto essa história para quem for, mas ninguém entende. Todo mundo diz que fui louca, emocionada, precipitada e que, talvez, eu me apaixonei por alguém que eu simplesmente inventei".

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