Mulher se envolve com marido da amiga e história termina mal: “Tentando viver”

Na semana em que completa 1 ano da morte de Marília Mendonça, a rádio Nativa reuniu relatos de fãs que tiveram histórias de vida representadas por músicas da cantora

Da redação, com a Nativa

Marília Mendonça foi um espetáculo. Em vida, a cantora, que faleceu aos 26 anos, dizia ser dona de "sentimentos exagerados". Por causa deles, criou músicas que marcaram a vida de milhares de fãs, narradas por uma voz única, que conquistou o Brasil. A partida precoce deixou saudade, mas a artista segue viva na poesia de cada uma de suas canções. São obras que, até hoje, conseguem, como ninguém, entender os mistérios e prazeres que um grande amor pode proporcionar.  

Na semana em que completa 1 ano da morte da cantora, a rádio Nativa reuniu relatos de fãs que tiveram histórias de vida representadas por músicas de Marília. Veja abaixo o quadro “Aconteceu Comigo” com o relato de Mônica que lembra muito a canção "Amante Não tem Lar", ou dê o play no vídeo para ouvir! 

"Eu estava muito triste, ainda estou, mas fiz o que tinha que ser feito. Podem me chamar de Mônica. Tudo começou com um post do Instagram. Eu publiquei uma foto quando estava de férias e ele comentou. Jaime, marido da minha amiga Juliana, queria saber se a praia da foto era uma que ele conhecia. Respondi que sim e que eu estava passando uns dias na casa da minha avó na praia. Ele realmente conhecia porque chegou a ir com a gente uma vez quando namorava a minha amiga Juliana.  Bom, até aí tudo bem. Só que essa história não parou por aí. No dia seguinte, eu estava sozinha na praia tomando sol, percebi alguém se aproximando e quando abri os olhos…[Jaime estava na cidade para avaliar um imóvel].

Ficamos de papo ali na praia, almoçamos no quiosque, Jaime foi para visita dele e eu para a casa da minha avó. Estava cochilando e até assustei quando ouvi a campainha tocando. E era o Jaime de novo. Passou para me dar tchau e eu, por educação, ofereci um café antes dele pegar a estrada de volta para nossa cidade. [No papo, Jaime reclamava da esposa] Claro que eu defendi a Juliana e confesso que fiquei meio desconfortável de ouvir o marido da minha amiga reclamar dela. Tudo bem que fazia tempo que já não éramos mais tão próximas, mas a minha amiga era ela, e não ele. Na hora de nos despedirmos, ele me agradeceu pelo papo e me abraçou tão apertado que eu fiquei até sem graça. 

Minhas férias acabaram, voltei para casa e para minha vidinha de sempre: dar aulas o dia inteiro, a noite voltar para casa, jantar com meus pais, corrigir trabalhos e provas, assistir um pouco de TV e dormir. Há tempos não tinha uma vida social, um namorado... O último, Sérgio, quase casei, mas desisti quando percebi que ele iria se encostar em mim, além de ser muito ciumento. O amor foi minguando. Terminei tudo! Quase um mês depois [de encontrar o Jaime na praia], eu estava no ponto esperando o ônibus intermunicipal para ir para a outra escola que eu dava aula, que ficava na cidade do lado, e o Jaime apareceu de surpresa, de novo, na minha frente e me ofereceu uma carona. Como eu estava atrasada e ele indo para o mesmo lado, aceitei. Dessa vez ele estava todo feliz e falante porque tinha acabado de vender uma casa.

Ele ofereceu carona de terça e quinta. Não disse nem que sim, nem que não, mas na quinta, estava lá no ponto e Jaime já chegou buzinando e me chamando para entrar no carro. Dessa vez a Juliana estava junto porque tinha um médico na mesma cidade. Achei até bom ela estar ali e saber que o Jaime estava me dando carona. A partir desse dia, toda terça e quinta, o Jaime me pegava no mesmo ponto e me deixava na porta da escola. Foi uma mão na roda. Eu conseguia chegar mais cedo e aproveitava para preparar a aula. Além disso, a companhia dele era ótima. A gente conversava e ria muito relembrando dos velhos tempos.

Só que tinha dias que ele resolvia desabafar comigo sobre questões do casamento. Eu tentava ficar neutra, mas em algumas situações ele tinha razão em reclamar da Ju. Parece que ela não dava valor ao homem que tinha em casa. O Jaime era um maridão e ela às vezes pisava na bola com ele. Até que eu comecei a notar que estávamos mais íntimos do que eu gostaria, percebi que eu estava tomando o partido do Jaime e, pior, que a hora mais feliz do meu dia, era justamente quando eu estava naquele carro com ele. 

Decidi, então, parar de pegar carona. Falei para ele que tinha mudado meu horário e mudei meu trajeto, andava mais só para esperar o ônibus no ponto que ele não passava de carro. Eu precisava cortar totalmente o contato porque sabia que o que estava acontecendo. A minha carência, a atenção dele... Para falar a verdade, Jaime era o meu tipo de homem, tanto físico quanto de jeito, personalidade, tudo... A princípio pensei que era só eu que estava me envolvendo, mas, não... Uma tarde, saindo da escola, ele estava na porta, dentro do carro me esperando. Eu fingi que não tinha visto, mas ele saiu do carro e me chamou.

Acabei concordando e entrei naquele carro. Eu não devia ter entrado. Eu pensei que ele precisava desabafar, sei lá, falar sobre o casamento, mas não. Ele não tocou no nome da Juliana, começou a falar umas coisas meio sem sentido, que gostava de mim quando era mais novo. E eu não sei o que me deu, mas em menos de 5 minutos estávamos nos beijando. Sim, e foi tão incontrolável que acabamos indo parar num motel. Claro que foi maravilhoso, perfeito, mas na sequência, veio o sentimento de culpa.

Decidimos que aquilo não tinha acontecido. Mas não imaginávamos que alguém mais sabia que estávamos juntos naquele motel. A cunhada do Jaime estava passando pela região, reconheceu o carro dele, viu a gente entrando no motel, tirou uma foto e enviou para irmã dela. Naquela noite, quando o Jaime chegou em casa, Juliana já tinha feito as malas dele. Ele me ligou para avisar que ela sabia de tudo, que não deixou nem ele se explicar e mandou ele embora de casa. Ele estava arrasado, totalmente desnorteado...Foi aí que eu tive a certeza de que tinha perdido o jogo. Um jogo que eu nem cheguei a jogar direito e perdi. 

Eu me apaixonei por ele, mas ele ama a esposa, ama a família e a vida que eles construíram juntos. E eu, eu me meti no meio disso tudo, sem me dar conta do quanto seria perigoso. Alguns dias depois, eu decidi conversar com a Juliana. Uma noite, sem avisar, bati na porta da casa dela e abri o meu coração. 

Ela me ouviu calada, quase que inerte, e quando terminei de falar e me desculpar, mesmo sabendo que não tinha perdão, ela levantou, abriu a porta e me mandou sumir da vida dela. E foi o que eu fiz, sumi da vida deles. Tentei, me isolei, só que moramos numa cidade pequena e o nosso sofrimento, sim a tristeza que tomou conta de nós três, despertou curiosidade e fofocas que me atingiram em cheio. Agora, soube que eles estão tentando voltar e eu, estou só tentando viver".

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