Luisa Mell sobre trabalho como ativista: "Meus escândalos são fundamentais"

Em entrevista exclusiva ao Band.com.br, a influenciadora abre o coração sobre a rotina e a relação com o filho de 8 anos

Por Hanna Rahal

Luisa Mell
Reprodução/ Instagram

Luisa Mell ganhou muito respeito e aliados ao encontrar, nos animais, a missão de sua vida. Ela luta, todos os dias, bravamente por essa causa e faz o que for necessário para salvar cada uma dessas vidas em risco. Exposição, inúmeras brigas e agressões infinitas nas redes sociais são rotina para a influenciadora, que acredita que, ainda assim, poderia fazer mais pela causa animal. Em entrevista exclusiva ao Band.com.br, a autora do livro “Como os animais salvaram minha vida” abre o coração sobre a rotina e a relação com o filho Enzo, de 8 anos. 

Marina Zatz de Camargo, mais conhecida como Luisa Mell - nome que escolheu em homenagem à avó - cresceu nos bastidores da TV e desde sempre quis trabalhar com isso. A mãe foi assessora de imprensa e o pai redator de programas televisivos. Ela fez teatro, trabalhou com grandes diretores e em paralelo com isso, fez faculdade de direito - o que, de acordo com ela, ajudou muito no trabalho como apresentadora.

No entanto, foi quando perdeu a avó, e viu o pai em depressão profunda, que Luisa notou que os animais, de fato, são os melhores amigos dos seres humanos. Pensando nisso, o pai dela escreveu o Late Show. 

Na sua primeira reportagem para o programa escrito pelo pai, em um Centro de Controle de Zoonoses, que na época sacrificava os cachorros alguns dias após capturados, se ninguém reclamasse por eles, ela se emocionou e definiu uma nova missão de vida: 

“Naquele momento eu não pude fazer nada por aqueles cachorros que imploraram pela vida, mas ali eu jurei que ia me dedicar a mudar aquela realidade tão absurda”. 

E assim fez, anos depois, salvou animais, lutou por muitas causas e teve inúmeras conquistas, as custas de sua saúde mental e até física. A ativista explica que nunca mede esforços para salvar um bicho - ou seja, onde precisar, ela vai, seja seguro, ou não. No entanto, Luisa confessa: “Depois da maternidade eu fiquei um pouco mais cuidadosa - afinal, a gente é substituível em tudo, menos como mãe. Mas ainda assim eu continuo lutando e muitas vezes até me arriscando”. 

A protetora explica que suas atitudes, sem dúvida nenhuma, influenciam as pessoas. “Eu mesma já recebi diversos depoimentos de quem se sensibilizou com a minha luta e hoje luta como eu”. A apresentadora ainda incentiva: “Mesmo que o mundo inteiro esteja contra você e digam que aquilo é impossível, se você acredita que aquilo é certo, lute até o fim”. 

A ativista lembra a época em que começou a falar dos testes animais em cosméticos:

 “As pessoas riam de mim, porque achavam que não tinha outro jeito. Mas tinha sim. Hoje a gente vê muitas marcas usando inclusive isso, como estratégia de posicionamento, dizendo que não testa em animais e até marcas exclusivamente veganas. Obviamente, não é só por minha causa. Mas, sem dúvida nenhuma, minha visibilidade influenciou esse debate”, avalia. 

Qualquer evidência serve para principalmente despertar as pessoas para assuntos tão importantes. E Luisa usa muito bem essa exposição, sempre acompanhada de muitas câmeras, ela registra, cada uma de suas lutas. 

“Infelizmente, acho que não só os políticos, mas a população olha os maus tratos contra cães e gatos de uma forma muito melhor, do que há vinte anos, quando comecei. Mas isso não se estende aos outros animais. Ainda falta muito entendimento sobre animais silvestres e cavalos. A gente só consegue mudar mesmo uma lei, quando a sociedade inteira entende e pressiona os políticos”, opina. 

“Meus escândalos são fundamentais”, explica a ativista, que ainda garante que se desde o começo do seu trabalho, não fizesse escândalos, não teria nenhuma das vitórias que teve. “Eu preferia que fosse tudo mais fácil, mas eu faço sempre que precisa. Sempre levantarei minha voz pelos fracos e oprimidos. Perto dos que os animais estão sofrendo, eu acho que faço pouco”, avaliou. 

Contudo, Luisa confessa que não liga para as críticas. Apesar de se sentir mal com elas, segue fazendo o trabalho que se propôs. 

“O ódio é o que mais viraliza na internet - é de uma violência tamanha. Mas eu não faço pelas pessoas, se não já tinha desistido. Faço pelos animais, porque se eu sou massacrada. Eles são muito mais. Quando eu penso na minha dor, lembro deles”, conta.

Rita Lee, foi uma das pessoas nas quais Luisa encontrou forças para seguir com o trabalho: “Ela sempre lutou pela causa dos animais, foi a primeira a realmente falar sobre isso e arcar com as consequências. Muitas vezes que eu pensava em desistir, ela me mandava um áudio muito forte e motivador”. 

Burnout, síndrome do pânico e uma série de problemas físicos devido ao desgaste emocional foram alguns reflexos que a ativista sentiu, contudo, ela ainda sente, que não faz o suficiente pela causa animal: “Parece que eu estou sempre devendo para o mundo”. 

Luisa Mell conta como o trabalho impacta a vida do filho 

Mãe de Enzo, de 8 anos, fruto do relacionamento com o empresário Gilberto Zaborowsky, ela conta que o filho tem um orgulho tremendo de seu trabalho e ainda a incentiva. 

“Ele também é um ativista, é vegano e muito sério no propósito. Eu não sei se ele vai seguir exatamente o meu trabalho, mas sem dúvida nenhuma, ele vai levantar essa bandeira porque vem do coração dele”, contou. 

Sobre o futuro, após sair Instituto Luisa Mell, agora renomeado de Instituto Caramelo, ela conta que está mirando na educação. “Os adultos não conseguem transformar uma cultura enraizada, as crianças sim”, revela. A ideia, veio após uma palestra na escola do filho. “Foi uma coisa incrível na minha vida, porque as crianças entendem muito rápido”, completa. 

Quer saber mais sobre os bastidores e a luta diária da Luisa Mell em resgate de animais abandonados ou maltratados para encontrarem um novo lar? Assista o documentário “Livre Acesso”, produzido pela MOV, a produtora de vídeos do UOL, e o Facebook, que está disponível gratuitamente no Bandplay, a nossa plataforma de streaming. 

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