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Docentes criticam governo de SP por ofertar técnico a estudantes do ensino médio

Tarcísio de Freitas disse que é possível implementar projeto e nega que isso vá enfraquecer unidades técnicas

Roberta Russo

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Foto: Governo do Estado de SP

O governador de São Paulo afirmou que está mantido o plano de oferecer o ensino técnico para todos os estudantes da rede pública. Tarcísio de Freitas declarou, neste fim de semana, que a ideia é dar a oportunidade de os alunos terminarem o colégio já capacitados para o mercado de trabalho.

Professores de unidades especializadas no ensino técnico - as Etec's e Fatec's - estão em greve e afirmam que a medida é equivocada. Segundo eles, a rede estadual não tem profissionais capacitados para ensinar esse tipo de conteúdo e também não possui estrutura adequada para esse fim. 

O governador Tarcísio de Freitas disse que é possível implementar o projeto e nega que isso vá enfraquecer as unidades técnicas. Com o novo formato, o governo rompe com a política que está em prática há décadas no estado, com a concentração dos investimentos em educação técnica e profissionalizante no Centro Paula Souza. 

Para o professor André Sapanos, conselheiro do Sindicato dos Professores do Estado, o modelo prevendo oferta de cursos técnicos dentro da estrutura atual das escolas regulares “não faz sentido e compromete ainda mais a qualidade do ensino”. 

Outra questão que segue em debate no ensino paulista é a adoção dos livros digitais. No final de semana, o governador Tarcísio de Freitas voltou a afirmar que o estado não vai utilizar os livros didáticos comprados pelo Ministério da Educação para a rede pública de todo o Brasil. 

O material, em São Paulo, será produzido pela Secretaria de Educação e, segundo o chefe do Executivo estadual, o conteúdo será “o melhor do Brasil”. Especialistas consultados pela BandNews FM, como a nossa colunista Rosely Sayão e a ONG Todos Pela Educação, são contra a medida e afirmaram que o uso de livros digitais e apostilas impressas, produzidas no estado, vai na contramão do que acontece no restante do País e no mundo.

O Centro Paula Souza afirma que a adesão à paralisação atingiu 13% na quinta (10) e sexta (11). A instituição também alega trabalhar para a valorização dos servidores e que a Bonificação por Resultados de 2022 será paga até outubro, podendo ser adiantada para setembro. O órgão também se compromete em investir nas Fatecs e Etecs para ampliar o acesso à formação profissional gratuita no estado.

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