O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta segunda-feira (17) querer finalizar ainda neste ano um acordo “equilibrado” com a União Europeia. O Mercosul discute com o bloco um protocolo de livre comércio há mais de 25 anos. Enquanto Ursula von der Leyen afirmou ser possível resolver “qualquer diferença restante o mais rápido possível”.
A presidente da Comissão Europeia e Lula se reuniram a portas fechadas por 30 minutos antes do início oficial da cúpula que reúne países da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos e da União Europeia.
O brasileiro ainda tem sete encontros bilaterais às margens do encontro que segue até terça-feira (18). A previsão é que ele volte a Brasília na quarta (19).
Ursula von der Leyen aproveitar para anunciar investimentos de € 45 bilhões na América Latina e Caribe. O valor atinge R$ 240 bilhões presente no programa Global Gateway, que prevê investimentos em infraestrutura, energia, mudanças climáticas e serviços digitais que possam fortalecer cadeias de abastecimento da Europa.
Lula destacou em discurso que o Brasil tem uma matriz energética limpa e não poluente, além de reforçar o compromisso com o desmatamento ilegal zero até 2030 na Amazônia. O brasileiro disse que já provou em mandatos anteriores ser possível reduzir o desmatamento no bioma, que é foco de atenção de todo o mundo.
Em visita ao Brasil no mês passado, a presidente da Comissão europeia já tinha anunciado um investimento de € 2 bilhões para o desenvolvimento do hidrogênio verde no país.
ACORDO MERCOSUL-UNIÃO EUROPEIA
O acordo entre Mercosul e União Europeia é discutido há mais de 25 anos e um acerto parcial foi anunciado em 2019. Mas os países ainda discutiam a proposta, que precisa ser aprovado por todos os parlamentos das nações envolvidas.
O presidente brasileiro assumiu a liderança do Mercosul há 15 dias e tem prometido um esforço concentrado para assinar um acordo de livre comércio até o fim do ano.
Ursula von der Leyen agradeceu a visita de Lula e disse que os europeus precisam de “amigos nesta época ainda incerta”.
Na última semana, o Brasil distribuiu para Argentina, Paraguai e Uruguai uma contraproposta para apresentar ao bloco europeu, que fez novas exigências para a conclusão do acordo.
Os europeus criaram imposições ambientais vistas como “ameaças” pelo presidente brasileiro e querem ainda o fim da exclusividade das vendas governamentais.
Enquanto os países do Mercosul pressionam por derrubar barreiras comerciais contra produtos agrícolas.