O presidente Luiz Inácio Lula da Silva adia a apresentação da nova regra fiscal, que vai substituir o Teto de Gastos, para depois da viagem presidencial à China. Nesta terça-feira (21), o petista disse ser preciso “discutir um pouco mais” o tema. A fala frustra o mercado financeiro e até integrantes da equipe econômica, que esperavam conhecer a nova âncora fiscal ainda antes do embarque para Pequim, que ocorre no fim da semana.

Nesta segunda (20), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, apresentou o projeto aos presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). O encontro foi positivo na avaliação do comandante da área econômica.

Já o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, disse em um evento do BNDES, no Rio de Janeiro, que o projeto apresentado pela área econômica estava bem montado e unia a curva da dívida, superávits e o lado social.

Em entrevista ao portal Brasil 247, Lula disse nesta terça-feira (21) que quer apresentar o novo marco fiscal para confirmar que tem responsabilidade, mas voltou a criticar a pressa do mercado financeiro com o texto.

A substituição do Teto de Gastos, que limita o crescimento das despesas públicas à inflação do ano anterior, é uma promessa de campanha do presidente. O petista é um crítico contumaz do limitador, que, segundo ele, freia os investimentos do Governo Federal.

Neste ano, o Palácio do Planalto foi liberado a gastar um extra através da aprovação da PEC das Bondades. A medida retirou despesas sociais do limite imposto pelo Teto dos Gastos e recompôs o Orçamento da União. Em contrapartida, o presidente deve apresentar uma nova regra fiscal.

Nesta terça (21), Lula se reuniu novamente com ministros para discutir a proposta e defendeu que Haddad deve estar no Brasil durante o anúncio da nova regra para defender a medida.