Os Estados Unidos autorizaram a extradição do ex-presidente peruano Alejandro Toledo para responder em seu país natal por crimes de corrupção, segundo o Ministério Público do Peru.
O ex-mandatário, que governou o país latino-americano entre 2001 e 2006, é suspeito de ter recebido mais de 175 milhões em propinas da construtora brasileira Odebrecht, que teria sido favorecida em obras públicas. Os procuradores pedem uma condenação de 20 anos e seis meses de prisão. Toledo chegou a dizer que recebeu parte da propina, mas alegou ser inocente sobre estar à frente das negociações.
A autorização de extradição concedida pelos Estados Unidos é vista como uma possível sinalização do presidente Joe Biden de maior diálogo com o atual governo do Peru, comandado interinamente por Dina Boluarte.
Toledo, 76 anos, está preso em regime domiciliar na Califórnia desde 2019 e vive nos EUA desde que deixou a presidência. Ele chegou a voltar ao país natal para tentar uma reeleição, mas foi derrotado no primeiro turno.
O Peru enfrenta seguidas crises políticas há mais de vinte anos e conta uma lista de ex-presidentes presos ou sendo processados por crimes cometidos durante o mandato. Além de Toledo, também fazem parte do grupo Alberto Fujimori (1990-2000), Ollanta Humala (2011-2016), Pedro Pablo Kuczynski (2016-2018), Martín Vizcarra (2018-2020) e Pedro Castillo (2021-2022) - deposto em dezembro do ano passado após tentar um golpe de Estado.