Onda de protestos contra o atual governo deixa 18 mortos no Peru

Manifestações no território peruano tiveram o dia mais letal desde a destituição de Pedro Castillo, em dezembro de 2022

BandNews FM

Onda de protestos contra o atual governo deixa 18 mortos no Peru Foto: Reprodução/Reuters
Onda de protestos contra o atual governo deixa 18 mortos no Peru
Foto: Reprodução/Reuters

Os confrontos entre manifestantes contrários ao governo de Dina Boluarte e forças policiais no Peru deixaram 18 mortes na noite de segunda-feira (9). É o dia mais letal desde o início dos protestos em dezembro de 2022.

As manifestações ocorreram nas redondezas do aeroporto de Juliaca, em Puno, no sul do país. Os atos começaram por conta da destituição de Pedro Castillo da presidência após a tentativa de golpe de estado. Desde então, os protestos já terminaram com 46 mortes, de acordo com a Ouvidoria do Peru.

Dentre as reivindicações dos manifestantes está a realização de novas eleições gerais, a renúncia de Dina Boluarte e o fechamento do Congresso.

Das 46 mortes registradas, 39 ocorreram em conflitos com as forças do governo e outras sete por conta de acidentes ou trânsito em decorrência dos bloqueios das vias.

Apenas na última segunda-feira (9), em Juliaca, foram 17 pessoas mortas nos conflitos. Além disso, uma recém-nascida morreu porque não foi levada a um hospital a tempo por conta dos bloqueios nas estradas. Os atos ganharam força no país após uma trégua durante o final do ano.

A Direção de Saúde de Puno informou que a maioria dos mortos têm entre 21 e 35 anos. Há uma vítima de 17 anos. Três pessoas de 38, 50 e 65 anos também morreram e outras quatro ainda não foram identificadas.

O governo peruano culpou os manifestantes pela violência na região de Puno. Em pronunciamento encabeçado pelo primeiro-ministro Alberto Otárola, o governo disse cerca de 2000 pessoas iniciaram um ataque contra as forças policiais. Outros ministros do governo participaram da mensagem, mas Boluarte não.

Boluarte era vice-presidente de Pedro Castillo. Depois da destituição do presidente após a tentativa de dissolver o Congresso, a atual mandatária foi empossada como sucessora.