Eduardo Oinegue: O governo Lula e o novo ataque à Petrobras

Jornalista critica mais uma interferência do governo na politica de preços da Petrobras

Rádio BandNews FM

Jornalista critica mais uma interferência do governo na politica de preços da Petrobras
Foto: Agência Brasil

O âncora do BandNews no Meio do Dia e do Jornal da Band, Eduardo Oinegue, afirma que é importante prestar atenção na discussão sobre a retomada da cobrança de impostos federais sobre os combustíveis. O governo federal vai voltar a onerar gradualmente a gasolina e o etanol.

Oinegue avalia que "na cabeça de um pedaço importante deste governo, o governo é um emaranhado de departamentos, todos eles comandados pelo chaveamento, pelos botões, pelas alavancas do Palácio do Planalto e qualquer coisa, qualquer departamento que possa ter a nomeação de alguém do governo não passa de um departamento e a Petrobras não é um departamento do governo". Ele lembra: "A Petrobras não pertence ao governo. A Petrobras é uma empresa com capital aberto, que tem a maior parte das suas ações nas mãos do governo e as regras que valem para a Petrobras são as mesmas regras que valem para as empresas de capital aberto".

O âncora ressalta que o princípio básico de uma empresa de capital aberto é que qualquer ação tem o mesmo peso, independentemente de quem for o dono desse papel. "Eu posso ir lá comprar uma ação, a Débora [Alfano] pode ir lá comprar uma ação, o Fábio França pode ir lá comprar duas ações porque é aniversário dele. Essa ação, ela tem o mesmo valor individual que uma ação que está com o governo. Quem tem um número maior de ações, quem controla a empresa, indica um número maior de conselheiros no Conselho de Administração e recebe os dividendos ou fica com a maior parte do prejuízo da companhia", diz.

Oinegue aponta que o dever de quem controla uma empresa de capital aberto é votar e tomar decisões no interesse da companhia. "Causar dano à companhia, causar dano a um acionista minoritário ou obter alguma vantagem em prejuízo da companhia ou de outro acionista é crime, problema, confusão. Pode ser punido, bens apreendidos, confusão. Regra da Comissão de Valores Mobiliários, da SEC americana [equivalente à CVM nos Estados Unidos]".

"O governo brasileiro resolveu que iria reonerar, ou seja, voltar a cobrar o imposto de combustível, e, com isso, arrecadar mais R$ 28 bilhões, R$ 30 bilhões com isso. Ele pode fazer isso. Pode aumentar tributo, abaixar tributo, pode fazer o que for. Tem regra para fazer isso, mas ele pode fazer. É o governo que cuida da gestão dos tributos. Mas não é o governo que faz a política de preços do petróleo. Quem faz a política de preços do petróleo são os agentes que atuam no setor de petróleo. O Brasil é um país que tem uma empresa como a Petrobras, então é a Petrobras. Então, a Petrobras não pode participar de discussões sobre política tributária (e o governo envolveu o presidente da Petrobras nisso) e nem o governo se envolve na política de preços de petróleo. É assim que tem que ser. O governo tem maioria, os indicados no Conselho pelo governo vão defender a política, como indicados, quiserem defender. Mas a regra essencial é: dever de votar no interesse da companhia. Não pode fazer algo que possa prejudicar a companhia ou os demais acionistas", explicou o jornalista.

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