A colunista da BandNews FM Dora Kramer avalia que a troca no comando do Exército com menos de um mês de governo é “precisa, correta, necessária e uma decisão que não poderia ser outra se o presidente quisesse reafirmar sua autoridade e começar a botar ordem na casa”.

No sábado (21), Luiz Inácio Lula da Silva exonerou o general Júlio César de Arruda e nomeou o general Tomás Miguel Ribeiro Paiva para o cargo. O comandante do Comando Militar do Sudeste trabalhou com Fernando Henrique Cardoso e é próximo do vice-presidente Geraldo Alckmin. A mudança no comando aconteceu após resistências de Arruda em investigar militares que participaram de atos antidemocráticos em Brasília, no dia 8 de janeiro.

Dora Kramer afirma que houve um desmonte das Forças Armadas nos quatro anos de governo Bolsonaro, e a decisão de Lula é uma “reconstrução de pontes”. O processo não será fácil ou simples, segundo a colunista. “A crise foi a construção da politização que agora entra no desmonte”, afirma.

Existe a previsão que o Alto Comando do Exército se reúne com o novo comandante na terça (24).

“A ideia do governo não é prender e arrebentar, é trabalhar para que os militares voltem às suas funções originais”, diz Dora Kramer.

A colunista da BandNews FM ainda relembra que a politização das Forças Armadas durante o governo Bolsonaro não foi feita de maneira definitiva no alto comando, e que se tivesse tomado conta realmente, “as coisas poderiam ter ido por outro caminho”.