Passadas mais de 40 horas sem pronunciamento, o presidente Jair Bolsonaro faz o seu primeiro discurso nesta terça-feira (1º) após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva, com mais de 60 milhões de votos no segundo turno das eleições.
Aliados fizeram pedidos sucessivos para que Bolsonaro reconhecesse a derrota. O atual chefe do Executivo é o candidato que demorou mais tempo para reconhecer o resultado final.
Entre os integrantes da família do presidente, o filho mais velho, o senador Flávio Bolsonaro, foi o primeiro a falar sobre o pleito eleitoral.
No Twitter, ele agradeceu os apoiadores pelo patriotismo, pelas orações e pelo trabalho que deu ao atual presidente a maior votação pessoal, e que os seguidores deveriam erguer a cabeça e não desistir do Brasil.
Os primeiros contatos para iniciar os trabalhos de transição começaram na última segunda-feira (31).
A transição de governo é prevista em lei de 2002 e em um decreto presidencial de 2010. As medidas garantem uma equipe de 50 pessoas para atuar em colaboração com o governo que sai. Essas pessoas também terão acesso às informações sigilosas de ministérios para organizar as primeiras ações do novo governo.
O processo de transição visa impedir a descontinuidade dos trabalhos governamentais ou a vacância no poder.
PROTESTOS
Caminhoneiros realizam protestos antidemocráticos em todo o Brasil desde a noite de domingo (30). Os manifestantes não reconhecem a vitória de Lula no segundo turno das eleições presidenciais.
Os governadores que declararam apoio ao presidente Jair Bolsonaro (PL) determinaram o uso da força policial para liberar o trânsito em estradas interditadas.
Nesta terça-feira (1), o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, autorizou que as polícias militares atuem em vias federais, estaduais e municipais para acabar com as manifestações.
O magistrado também determinou multa e prisão daqueles que realizam bloqueio nas estradas.
Mais de 300 pontos foram impactados e a Polícia Rodoviária Federal afirma ter desobstruído mais de 250 pontos com protestos. O Supremo Tribunal Federal afirmou que possível omissão da PRF pode ser punida.