"Entrou atrás de mim pra me proteger", conta amiga de jovem morto por tiro em SG

Bryan Silva Ferreira dos Santos, de 16 anos, ia embora da escola com a amiga quando foi baleado.

Nicolle Timm

O adolescente de 16 anos que morreu após ser atingido por uma bala perdida em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio, tentou proteger a colega que estava com ele no momento do tiroteio. Bryan Silva Ferreira dos Santos tinha acabado de sair da escola com a amiga.  

O rapaz foi baleado nas costas. Em um áudio, a jovem relatou o momento em que tudo aconteceu.

“Tinha um carro preto subindo a 10 (rua) e um carro bege descendo… aí o cara saiu com uma arma e começou a atirar. Daí o Bryan correu comigo, correu, correu e agachou comigo. Aí na hora veio uma bala perdida do meu lado. Nessa hora o Bryan entrou atrás de mim pra me proteger com as costas. E foi nessa hora que ele caiu no chão", contou a amiga da vítima.

"Eu entrei em pânico na hora, eu comecei a gritar pra ele acordar. Ele tava com olho pra cima, aí eu fiquei muito nervosa. Pedi ajuda pra todo mundo. Aí chamaram a ambulância e ‘taparam’ ele", lembrou em meio ao choro.

A menina ficou com ferimentos leves no momento em que tentava se proteger.

“Eu me ralei muito. Ralei meu braço, minha boca, minha testa e meu joelho. Que eu me joguei no chão junto com ele pensando que ele ia se jogar no chão pra se proteger, mas não”, desabafou a jovem.

Ainda não se sabe exatamente o que teria acontecido no local. A Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí investiga se o tiroteio teria começado por uma tentativa de assalto ou de execução de outra pessoa que também estaria no mesmo local.

Segundo relatos de testemunhas, os criminosos estariam no local para um "acerto de contas" do tráfico que controla a região, quando o adolescente acabou ficando no meio do tiroteio. Agora, a polícia tenta identificar e prender os autores do crime.

Bryan é mais uma vítima da violência no Rio de Janeiro. Dados do Fogo Cruzado apontam que só de janeiro a agosto deste ano, cinquenta e um adolescentes ou crianças foram baleados na Região Metropolitana. Destes, 24 morreram. Em menos de oito meses, o número de menores de idade baleados em 2923 já é o mesmo do ano passado inteiro.

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