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SP pode ficar dependente do governo, diz Ricardo Nunes sobre reforma tributária

Prefeito da capital paulista afirmou que a cidade poderá deixar de arrecadar R$ 15 bilhões e alertou para possíveis "injustiças" na medida

da Redação

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Wilson Dias/Agência Brasil

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), concedeu uma entrevista exclusiva à Rádio Bandeirantes nesta terça-feira (4) e considerou que a reforma tributária, nos atuais moldes como está prevista, poderá deixar as contas públicas da capital paulista "dependente" do governo federal. Na avaliação do gestor, a aprovação da reforma conta com o apoio da Prefeitura, mas é preciso rever a possível perda arrecadatória de R$ 15 bilhões que os cofres públicos paulistanos terão. "O texto comete injustiças. Aumenta tributação de serviços e cria um comitê para fazer a divisão dos impostos entre os estados e municípios. São Paulo não quer perder [a arrecadação], não é justo. A gente só quer o que é nosso", considerou Nunes. 

De acordo com o prefeito, o comitê que será criado e que irá gerir a distribuição dos impostos arrecadados não respeita a proporcionalidade. Questionado sobre a possibilidade da Câmara dos Deputados aprovar o tema - Arthur Lira, presidente da Casa, já declarou que encontra-se aberto para possíveis alterações no texto - e da posição da bancada paulista sobre o tema, Nunes informou que conversou com quase todos os deputados eleitos pelo estado de São Paulo e realizou um apelo para que mudanças sejam realizadas na reforma tributária. 

"Estão privilegiando alguns setores. Quer ajudar os bancos, as indústrias? Tudo bem, vamos fortalecer, mas não tirem das cidades"

No entendimento do prefeito de São Paulo, a perda arrecadatória pode influenciar na prestação de serviços à população e aumentar problemas que já existem na cidade, como o déficit habitacional de quase 400 mil unidades. "Tenho vários lugares que preciso fazer obras de contenção de enchente. Tenho 12 mil famílias que estão em áreas de risco. Preciso tirar essas pessoas de lá, tenho coisas para fazer [com esses recursos que podem ser perdidos]", explicou Nunes.

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