O analista Cláudio Humberto, da Rádio Bandeirantes, analisou a troca no comando da Petrobras realizada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Na noite da última quarta-feira (14), o mandatário demitiu o ex-senador Jean Paul Prates da presidência da estatal. Em seu lugar, é esperado que a engenheira Magda Chambriard comande a petroleira.

Segundo o jornalista, o desligamento de Prates era aguardado e, mesmo tendo ocorrido um dia após a entrega de resultados trimestrais da empresa, houve uma "decisão política".

"O governo aproveitou essa situação para sugerir que era uma reprimenda do Planalto ao mau desempenho, mas na verdade essa demissão já vinha sendo costurada a muito tempo. Nela, se dedicou arduamente o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, que era um desafeto de Jean Paul Prates", ressaltou.

Humberto considera que Prates não tinha qualificação técnica para estar no comando da Petrobras. No entanto, o mesmo não pode ser dito pela nova presidente da estatal. "É um desses dirigentes da Petrobras que não tinha qualificação suficiente para exercício do cargo. Ela, sim, é uma pessoa de qualificação e experiência profissional que a qualificam para o cargo. O problema da dona Magda é que ela tem uma cabeça muito parecida com aquela que o presidente Lula pretende no comando da Petrobras. Defende, por exemplo, a função social da empresa", pontuou.

Por fim, o analista considerou que haverá frustrações caso os acionistas esperem que Magda promova uma gestão "moderna e atualizada". "Ela foi contra, no governo Michel Temer, a opção feita pela Petrobras de estabelecer a paridade internacional dos preços de derivados de petróleo no nosso país. É muito provável que os acionistas da Petrobras, que ficam na esperança de que a empresa ganhe uma gestão moderna e atualizada, haverá fortíssimas frustrações. Mas, ao menos, a futura presidente da Petrobras tem, de fato, experiência", finalizou.