Afegãos que chegam ao Brasil têm formação universitária e querem ficar no país

Alguns refugiados que fogem do regime Talibã chegam sem ter para onde ir; muitos acabam acampando no aeroporto

Maira Di Giaimo

A maioria dos afegãos que chegaram ao Brasil após fugirem do regime Talibã possui diploma universitário e tem a intenção de permanecer no país. A afirmação é do representante da Organização das Nações Unidas (ONU) para Refugiados, Luiz Fernando Godinho. 

“A grande maioria está na faixa etária de 18 a 59 anos de idade, é masculina e muitos possuem formação universitária. Há pessoas que estão sozinhas, mas a maioria é composta por grupos familiares. Então vemos um potencial de integração grande dessas pessoas no país. Algumas possuem até cursos de pós-graduação, o que permite a elas maior integração econômica”, disse Godinho em entrevista a Agostinho Teixeira, na Rádio Bandeirantes

A Polícia Federal (PF) já registra a entrada no Brasil de 2,2 mil pessoas que fugiram do Afeganistão desde que o regime Talibã assumiu o poder. Parte delas chegou ao país sem ter para onde ir e precisou ficar acampada no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo. 

A Rádio Bandeirantes apurou que 93 refugiados que estavam alojados no saguão do aeroporto na semana passada foram encaminhados a um centro de acolhimento da prefeitura na zona leste da capital paulista. A tendência, porém, é que muitos outros venham nas próximas semanas, já que ainda estão disponíveis cerca de 4 mil vistos emitidos pelo governo federal. 

Depois de retomar o poder, entre outras restrições, o Talibã proibiu meninas acima de 11 anos de frequentar a escola. O Afeganistão também sofre com catástrofes naturais, incluindo secas, incêndios, enchentes e, recentemente, um forte terremoto. 

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