Você sabia que homens também podem ter câncer de mama? Especialista explica

Mesmo sendo raro, eles também têm tecido mamário e correm o risco de desenvolver a doença

Eduardo Adante

Você sabia que homens também podem ter câncer de mama?
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Outubro é o mês em que ocorre a campanha “Outubro Rosa” de conscientização para alertar mulheres e a sociedade sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama. Você sabia que homens também podem ter câncer de mama?

Mesmo sendo raro, os homens também têm tecido mamário e podem desenvolver câncer de mama. Luciana Lage, oncologista da Beneficência Portuguesa de São Paulo, explica que o câncer de mama masculino representa aproximadamente 1% dos cânceres que ocorrem no sexo masculino e a doença atinge com mais frequência os homens entre 60 e 70 anos.

“O diagnóstico inicial do câncer de mama masculino geralmente ocorre em um estágio mais tardio do que nas mulheres e exibe características mais avançadas da doença, como tamanho maior do tumor, envolvimento de linfonodos e metástases à distância no momento do diagnóstico”, explicou.

A médica também afirmou que o câncer de mama em homens está geralmente ligado com fatores genéticos e outros riscos como o consumo elevado de álcool, exposição à radiação na mama/tórax, além de mutações patogênicas em genes.

“Causas endógenas de hiper estrogenização em homens, incluindo obesidade, cirrose, orquite (inflamação dos testículos) por caxumba, testículos que não desceram ou lesão testicular, também foram associadas ao risco aumentado de câncer de mama masculino”, disse.

Confira os principais sintomas de alerta listados pela especialista:

  • Nódulo indolor ou espessamento da pele na região da mama;
  • Alterações no mamilo, como alterações na cor ou descamação da pele, ou um mamilo que começa a virar para dentro;
  • Sangramento do mamilo;
  • Gânglios linfáticos (linfonodos) inchados na área das axilas.
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Estou com suspeita de câncer, e agora?

Diante da suspeita da doença, os homens precisam procurar pela ajuda de um especialista, podendo ser um clínico geral ou um mastologista. Luciana comenta que: "é importante começar por um exame físico para avaliar se há presença de uma lesão nodular, ou qualquer outra alteração que pareça incomum. É Fundamental colher informações sobre o histórico dos hábitos de saúde do paciente e de doenças e tratamentos anteriores”, disse.

Além disso, ela explica que o médico poderá solicitar alguns exames, como mamografia, exame de ultrassom, e até mesmo, caso indicado, uma biópsia de lesão suspeita.

Qual o tratamento?

O processo de cura para o câncer de mama depende do tempo que a pessoa possui a doença. Caso diagnosticada no início, o tratamento possui maiores chances de ser bem efetivo. O Hospital Albert Einstein listou como as modalidades que o tratamento de câncer pode ser dividido:

  • Tratamento local, com cirurgia e radioterapia;
  • Tratamento sistêmico, com quimioterapia, hormonioterapia e terapia biológica.
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Detecção precoce e tratamento imediato

Mesmo sendo raro em homens, o cuidado também deve ser redobrado. A prevenção é a mesma recomendada para as mulheres, em relação à adoção de hábitos de vida mais saudáveis. A Luciana explica que alcançar e manter um peso saudável evita uns dos maiores causadores do câncer, sendo o excesso de peso e a obesidade.

Além disso, ela aconselha ser uma pessoa fisicamente ativa, além de evitar ou diminuir o consumo de álcool, devido a bebida ser o terceiro fator de risco para o desenvolvimento de câncer. 

“Por enquanto, as melhores estratégias para reduzir o número de mortes causadas por esta doença são a detecção precoce e o tratamento imediato. A detecção precoce tem sido um problema para os homens, que podem não notar nódulos nas mamas ou consultar o médico apenas quando os nódulos ficam grandes e isso acaba levando a um diagnóstico de câncer de mama em fases mais avançadas do que as mulheres”, finalizou.

Segundo o Ministério da Saúde, o câncer de mama é a primeira causa por câncer em mulheres do Brasil.  A taxa de mortalidade em 2021 pela doença foi de 11,71 óbitos a cada 100 mil mulheres. 

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