O túmulo do serial killer Lázaro Barbosa, morto em junho de 2021, foi violado na quarta-feira (15) em Cocalzinho, interior de Goiás.
A Polícia Civil do estado informou que os violadores tentaram levar o crânio, mas não conseguiram. A perícia constatou que o caixão estava intacto.
"Nenhuma parte do corpo foi levada", disse o delegado de Cocalzinho, Rafhael Barboza. Apesar disso, as autoridades apontaram que a cova foi revirada. Veja no vídeo acima.
Responsável pelo cemitério, a Prefeitura de Cocalzinho publicou comunicado informando que, após receberem a denúncia da violação do túmulo, chamaram as autoridades policiais.
O secretário de obras da cidade, Edimar Bezerra, reforçou que o caixão não foi aberto e que os coveiros devolveram a terra para a cova.
"Apenas teve a violação do terreno, até chegar no caixão. Ao chegarem no caixão, não deram prosseguimento. A terra foi reposta", disse Bezerra.
Relembre caso Lázaro Barbosa
Autor de vários crimes, Lázaro Barbosa foi morto em confronto com a polícia em 28 de junho de 2021, após 20 dias de fuga. Relembre o fim das buscas no vídeo abaixo.
Ele era procurado por matar quatro pessoas da mesma família em Ceilândia, no Distrito Federal. Durante a fuga, Lázaro atirou em 3 pessoas e colocou fogo em uma casa.
Sempre armado, o assassino, que era mototáxi, roubava vizinhos e abusava de mulheres. O serial killer era investigado por mais de 30 crimes nos estados de Goiás, Bahia e Distrito Federal.
À época do confronto, o secretário de Segurança Pública de Goiás, Rodney Miranda, afirmou que Lázaro foi encontrado com R$ 4.400 em dinheiro.
Para Miranda, a quantia indica que o foragido contava com o apoio de pessoas durante a fuga de quase três semanas.
Uma das hipóteses levantadas pela investigação é de que o criminoso atuava como jagunço de alguns fazendeiros - ou seja, um matador de aluguel.
Enquanto estava foragido, Lázaro trocou de roupa várias vezes, se alimentou, tinha notícias sobre as buscas e também carregava o celular, além de ter sido encontrado com dinheiro no bolso.
Lázaro foi encontrado depois de tentar retornar para a casa da ex-mulher, que vive em Águas Lindas (GO). As polícias de Goiás e do Distrito Federal fizeram um cerco em um bairro da cidade onde ele teria sido visto.
O fugitivo chegou a tentar voltar para a mata, mas acabou ferido na troca de tiros. Lázaro foi socorrido pelos polícias e transferido com vida para o hospital de Águas Lindas. Ele morreu no trajeto.
Gastos da operação da força-tarefa
A Polícia Civil de Goiás impôs sigilo de 5 anos sobre os valores gastos durante o processo de investigação e busca pelo criminoso.
De acordo com a determinação, a divulgação das informações poderia colocar a “instituição em risco”. Saiba mais sobre o sigilo.
Diante da grandiosidade da operação, o jornal Correio Braziliense pediu acesso às contas das forças de segurança através da Lei de Acesso à Informação.
A Polícia Civil, então, resolveu determinar o sigilo, alegando que poderia comprometer operações futuras se revelasse, por meio dos valores, as estratégias que foram utilizadas nas buscas.
Estima-se que os gastos com alimentação, estadia e horas extras dos agentes de segurança tenham sido em torno de R$ 1 milhão. Não se sabe, no entanto, os valores que foram necessários para viabilizar helicópteros, viaturas, armamentos e munições.
Na ocasião, foi montada uma força-tarefa com cerca de 300 homens envolvendo a Polícia Civil e a Polícia Militar de Goiás e do Distrito Federal, além da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal.
Quem era Lázaro Barbosa?
Lázaro nasceu em Barra do Mendes, interior da Bahia, e tinha extensa ficha criminal, acusado de crimes como roubo, estupro e porte ilegal de arma.
Ele respondia também por homicídio na Bahia; tinha um mandado de prisão decorrente de uma condenação por estupro e roubo com arma de fogo em Brasília.
Além disso, era suspeito de um ataque com golpes de machado na cabeça de idosos em Goiás. Já foi preso, mas fugiu.
O assassino tinha um histórico de uso abusivo de álcool e drogas. O criminoso era um caçador conhecido na região e com muita intimidade em áreas de mata fechada, o chamado "mateiro".