A Polícia Civil de Goiás confirmou para a BandNews TV na manhã desta segunda-feira (28) que Lázaro Barbosa foi morto após troca de tiros com os agentes de segurança que realizavam as buscas, que já duravam 20 dias.
Uma das hipóteses levantadas pela investigação é de que o criminoso atuava como jagunço de alguns fazendeiros - ou seja, um matador de aluguel. Enquanto estava foragido, Lázaro trocou de roupa várias vezes, se alimentou, tinha notícias sobre as buscas e também carregava o celular, além de ter sido encontrado com dinheiro no bolso.
O secretário de Segurança Pública de Goiás, Rodney Miranda, afirmou que Lázaro foi encontrado com R$ 4.400 em dinheiro e uma arma.
Vídeo: Lázaro tinha traços de psicopatia
Lázaro foi encontrado depois de tentar retornar para a casa da ex-mulher, que vive em Águas Lindas (GO) no domingo. As polícias de Goiás e do Distrito Federal fizeram um cerco em um bairro da cidade nesta segunda-feira (28) onde ele teria sido visto.
Lázaro Barbosa de Souza era procurado pela polícia desde o dia 9 de junho por matar quatro pessoas no Distrito Federal. Durante a fuga, ele atirou em 3 pessoas e colocou fogo em uma casa. Sempre armado, o assassino, que era mototáxi, roubava vizinhos e abusava de mulheres.
Lázaro nasceu em Barra do Mendes, interior da Bahia, e tem uma extensa ficha criminal, acusado de crimes como roubo, estupro e porte ilegal de arma.
Ele respondia também por homicídio na Bahia; tinha um mandado de prisão decorrente de uma condenação por estupro e roubo com arma de fogo em Brasília; além da suspeita de um ataque com golpes de machado na cabeça de idosos em Goiás. Já foi preso, mas fugiu.
O assassino tinha um histórico de uso abusivo de álcool e drogas. O criminoso era um caçador conhecido na região e com muita intimidade em áreas de mata fechada, o chamado "mateiro".
Vídeo: Ex-mulher conta que conversou com Lázaro no domingo e recebeu R$ 300
Ele vivia há mais de dez anos nessa região. Acostumado a se locomover pelo mato, ele priorizava os riachos para que os cães farejadores não pudessem localizá-lo. O criminoso esperava o fim do dia para buscar alimento e abrigo, o que dificultou mais ainda o trabalho da polícia.
A Secretaria de Segurança Pública de Goiás não tem dúvidas do envolvimento do fazendeiro Elmi Caetano Evangelista, de 73 anos, na fuga de Lázaro Barbosa. Preso na noite da última quinta-feira (24), Elmi Caetano teria abrigado Lázaro por cinco dias em sua propriedade rural. Em entrevista nesta segunda-feira (28) ao Brasil Urgente, o secretário Rodney Miranda disse que há “indícios e provas consistentes” da participação do fazendeiro na fuga.
Vídeo: Veja imagens da casa em que Lázaro vivia
Na Bahia, Lázaro era considerado foragido desde 2007, após ser acusado de um duplo homicídio ocorrido no município de Barra do Mendes. Ele chegou a ser preso, mas fugiu dez dias depois. Em 2018, foi preso em Goiás, mas fugiu do presídio após quatro meses. Desde então, estava foragido.
Em abril, ele invadiu uma casa, fez a família refém e estuprou uma mulher. Em maio, o maníaco entrou em outra chácara e fez mais uma família refém. Cruel e sádico, fez as vítimas ficarem nuas e as mulheres da casa foram obrigadas a servi-lo.
Estes são os delitos conhecidos, mas a polícia ainda busca saber se outros crimes sem autoria cometidos na região também podem ter ligação com Lázaro.
20 dias de buscas no DF e em Goiás
Em 9 de junho, o serial killer invadiu uma casa em Ceilândia, área rural do Distrito Federal, onde matou um homem, os dois filhos dele e fugiu levando a esposa da vítima, que foi encontrada morta três dias depois em um córrego da região.
Cláudio Vidal de Oliveira, de 48 anos, e os filhos Gustavo Marques Vidal, de 21, e Carlos Eduardo Vidal, de 15, foram mortos na madrugada dentro da chácara. Cleonice Marques, de 43 anos, foi sequestrada e morta.
Depois de matar a família, Lázaro começou a fugir da polícia, aterrorizando moradores da região. Ele invadiu outras casas, cometeu roubos, fez reféns e baleou três homens.
Na fuga, roubou um carro em Cocalzinho e abandonou o veículo depois de avistar um ponto de bloqueio montado pela polícia. Um policial militar foi baleado durante o cerco.
Nas buscas, a polícia encontrou uma carta em um esconderijo que teria sido usado por ele. Escrita à mão, ela possui um trecho retirado do livro “O Senhor dos Anéis - A Sociedade do Anel”, de J.R.R. Tolkien, que diz: “Muitos que vivem merecem morrer” e “alguns que morrem merece viver”. Em outro momento, afirma que “há outras forças agindo neste mundo além da vontade do mal”.