A Suprema Corte dos Estados Unidos decidiu nesta sexta-feira (24), por seis votos a três, derrubar a decisão que garantia o direito das mulheres a abortar no país, revertendo a decisão de um caso de Roe contra Wade, em 1973.
O tribunal mantém uma lei do Mississippi que proíbe o aborto após 15 semanas. A decisão é vista por especialistas como uma importante vitória aos republicanos e conservadores religiosos que querem limitar ou proibir o procedimento.
Com isso, a partir de agora, cada estado vai definir as próprias regras, o que, segundo especialistas, pode prejudicar principalmente a população menos favorecida. Vinte e seis estados são vistos como certos ou propensos a proibir o aborto a partir de agora.
O aborto provavelmente permanecerá legal em estados liberais. Atualmente, mais de uma dúzia de estados têm leis que protegem o direito ao aborto. O país reconheceu o direito ao aborto e legalizou o procedimento por quase 50 anos.
Segundo o documento da decisão, entendimento da Corte foi que o caso de 1973 foi decidido erroneamente, uma vez que a Constituição dos Estados Unidos não faz menções específicas sobre o aborto.
Uma versão preliminar da decisão escrita pelo juiz conservador Samuel Alito, indicando que o tribunal provavelmente derrubaria o direito ao aborto no país, vazou em maio. A reversão foi criticada por autoridades locais.
Em seu Twitter oficial, o ex-presidente Barack Obama criticou a decisão. "Hoje, a Suprema Corte não apenas reverteu quase 50 anos de precedente, mas relegou a decisão mais intensamente pessoal que alguém pode tomar aos caprichos de políticos e ideólogos – atacar as liberdades essenciais de milhões de americanos", declarou.