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Sem citar Cid, Bolsonaro nega que se apropriou de presentes investigados pela PF

Em nota divulgada na noite desta sexta-feira (11), Bolsonaro também disse que coloca as movimentações bancárias dele à disposição da Justiça

Da redação

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Reuters

Após operação da Polícia Federal (PF) contra o tenente-coronel Mauro Cid e o pai dele, o general Mauro Lourena Cid, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) divulgou nota, na noite desta sexta-feira (11), em que nega que se apropriou de presentes oficiais dados ao Estados brasileiros por líderes estrangeiros em agendas de governo.

Na manhã de hoje, a PF deflagrou a Operação Lucas 12:12, em referência ao seguinte texto bíblico: “Não há nada escondido que não venha a ser descoberto, ou oculto que não venha a ser conhecido”.

De acordo com a nota assinada pela defesa de Bolsonaro, o presidente coloca as movimentações bancárias dele à disposição da Justiça. Ao mesmo tempo, o texto não cita nenhum dos alvos da operação da PF, a exemplo dos Cid e do advogado Frederick Wassef, ex-defensor do ex-presidente.

“O Presidente Bolsonaro reitera que jamais apropriou-se ou desviou quaisquer bens públicos, colocando à disposição do Poder Judiciário sua movimentação bancária”, diz trecho da nota enviada à imprensa.

O ex-presidente ainda argumenta que, ainda em março, requereu, junto ao Tribunal de Contas da União (TCU), o depósito dos presentes à Corte, de forma voluntária.

Leia a íntegra da nota de Bolsonaro

Sobre os fatos ventilados na data de hoje nos veículos de imprensa nacional, a defesa do Presidente Jair Bolsonaro voluntariamente e sem que houvesse sido instada, peticionou junto ao TCU — ainda em meados de março, p.p. —, requerendo o depósito dos itens naquela Corte, até final decisão sobre seu tratamento, o que de fato foi feito.

O Presidente Bolsonaro reitera que jamais apropriou-se ou desviou quaisquer bens públicos, colocando à disposição do Poder Judiciário sua movimentação bancária.

Mandados em SP, DF e RJ

A operação cumpriu mandados de busca e apreensão em São Paulo, Brasília e Niterói, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, em endereços ligados ao tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, ao pai dele, o general Mauro Lourena Cid, e ao advogado Frederick Wassef, ex-defensor de Bolsonaro.

De acordo com o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), as provas obtidas pela PF demonstram que foi criada uma estrutura para desviar presentes dados por autoridades estrangeiras a Bolsonaro no período em que estava na presidência da República.

“Os elementos de prova colhidos demonstraram que, na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro, foi criada uma estrutura para desviar os bens de alto valor presenteados por autoridades estrangeiras ao ex-presidente da República, para serem posteriormente evadidos do Brasil, por meio de aeronaves da Força Aérea brasileira e vendidos nos Estados Unidos, fatos que, além de ilícitos criminais, demonstram total desprezo pelo patrimônio histórico brasileiro”, argumentou Moraes.

Segundo as investigações, os desvios começam em meados de 2022 e terminam no início deste ano. Em um dos casos descobertos pela PF, o general Cid recebeu, na própria conta bancária, US$ 68 mil pela venda de um relógio Patek Phillip e um Rolex.

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