Saúde: ministra faz apelo para famílias atenderem o desejo de doadores de órgãos

Em entrevista ao programa “Melhor da Noite”, ministra Nísia Trindade anunciou o apoio do Ministério da Saúde na campanha da Band pela doação de órgãos

Da redação

A ministra da Saúde, Nísia Trindade, defendeu a conscientização das famílias quanto ao respeito ao desejo dos entes que optaram pela doação de órgãos. Acontece que a legislação brasileira destaca que, sobre o tema, cabe aos parentes a palavra final, mesmo que o doador, em vida, tivesse documentado tal desejo.

“É sempre uma manifestação da vontade do cidadão, do cidadão, mas a palavra, realmente, autorizada, é a palavra da família. Portanto, é importante essa campanha que a Band está iniciando e que conta com todo o apoio do Ministério da Saúde. Também é a nossa intenção sensibilizar a sociedade para esse tema”, pontuou a ministra.

No Brasil, para ser um doador não é preciso deixar nada por escrito nem registrado em documentos. O essencial é ter uma conversa com sua família sobre essa intenção para que ela autorize o procedimento.

Faustão na fila do transplante

O debate sobre a doação de órgãos ganhou destaque após o Hospital Albert Einstein divulgar que o apresentador Fausto Silva entrou na fila do transplante organizada pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Em tratamento cardíaco e em diálise, ele precisa de um novo coração.

Em entrevista ao programa Melhor da Noite, que estreou nesta segunda-feira (21), a ministra reforçou que apenas um doador pode salvar ao menos oito vidas. Podem ser doados coração, pulmões, fígado, pâncreas, intestino, rins, córnea, vasos, pele, ossos e tendões.

Campanha da Band

O Grupo Bandeirantes acredita que a solidariedade salva e lançou, nesta segunda-feira (21), a campanha “Doe órgãos, Doe vida”, de conscientização para doação de órgãos e tecidos.

Todos os dias, inúmeras vidas estão em jogo e esperam uma segunda chance que só pode vir de um ato de generosidade. Converse com a sua família sobre o assunto. Só ela pode autorizar esse ato. Veja mais informações no site do Ministério da Saúde.

Como funciona a fila de transplantes do SUS?

O Brasil tem o maior sistema público de transplante de órgãos de todo mundo e é o segundo país maior transplantador do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos. A estrutura é gerenciada pelo Ministério da Saúde, que garante que 90% das cirurgias sejam feitas por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). Tal gerenciamento integra as 27 centrais estaduais do país.

Segundo o Ministério da Saúde, hoje, há 617 hospitais e 1.495 equipes autorizados a realizarem transplantes no Brasil. Uma delas é liderada pelo médico Lúcio Pacheco, especialista em transplante de fígado. As etapas para um transplante acontecer são as seguintes:

  1. Paciente primeiro é incluído na lista nacional de transplantes pelo médico autorizado;
  2. Acompanhamento da posição na fila pelos canais oficiais do governo e de São Paulo, caso o paciente seja do estado;
  3. Passar pelo procedimento caso haja o órgão compatível e a posição na fila seja favorável;

Não é possível estimar o tempo em que o processo de transplante ocorra, justamente pelos fatores de prioridade e compatibilização de órgão e paciente. 

Fila pode diminuir com conscientização

O tempo de espera por um órgão pode diminuir de acordo com o aumento de doações de órgãos. O Ministério da Saúde afirma que é importante identificar e notificar óbitos, principalmente de morte cerebral, em que muitos órgãos ainda são funcionais. 

Profissionais de saúde são preparados para conscientizar a população sobre o processo de doação e transplante, fazendo com que estes últimos autorizem a doação, no caso da morte de entes queridos.

Podem ser doados rins, fígado, coração, pulmões, pâncreas, intestino, córneas, valvas cardíacas, pele, ossos e tendões. Caso queira ser doador de órgãos, o primeiro a se fazer é avisar a família da vontade, já que a doação é realizada após autorização familiar. 

Não é preciso registrar a intenção de doar órgãos em cartórios ou informar em documentos o desejo de doar. Só é inviabilizado o transplante caso o paciente tenha doenças crônicas como diabetes, infecções ou tenha usado drogas injetáveis, por isso, os médicos realizam uma entrevista familiar para a equipe médica avaliar riscos para garantir a segurança de receptores. 

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