A Polícia Federal (PF) colocou o que tem de mais moderno para periciar os quatro telefones de Frederick Wassef, o advogado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Os investigadores já descobriram as senhas e usam softwares para terem acesso às nuvens do investigado.
Um celular em especial desperta a atenção dos agentes. Era com ele que o advogado se comunicava com Bolsonaro. Foi por meio desse arsenal forense que a PF obteve dados classificados pelos investigadores como “comprometedores” no celular do tenente-coronel Mauro Cid.
Segundo delegados, há mensagens que apontam que Bolsonaro sabia da venda de relógios de luxo e joias.
Foi identificada uma foto do certificado de autenticidade de um relógio Patek Philippe enviada a Bolsonaro em novembro de 2021. De acordo com os investigadores, a comprovação de que o produto é legítimo e de edição limitada é o primeiro passo para o comércio de itens de luxo.
O relógio, presente do governo do Bahrein, não foi declarado à Receita Federal na chegada ao Brasil. Por isso, não houve operação para recuperá-lo nem ordem para devolução ao patrimônio do Estado.
A venda foi a uma loja nos Estados Unidos. Segundo os investigadores, o dinheiro pago foi recolhido pelo pai de Mauro Cid, o general da reserva Lourena Cid.
O envolvimento do general e do filho tem constrangido o Exército. Os comandantes das Forças Armadas, acompanhados do ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, encontraram-se com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no Palácio da Alvorada, no último fim de semana, e defenderam punição a militares que participaram de irregularidades.
O comandante do Exército, Tomás Paiva, deixou claro ao presidente que a corporação não tem compromisso com eventuais ilegalidades e apresentou o que já foi feito para colaborar com as investigações.