Inaugurada na última sexta-feira (9), a Roda Rico, maior roda-gigante da América Latina, reúne reclamações de visitantes e denúncias de falta de pagamento de direitos trabalhistas por parte dos funcionários que construíram a roda-gigante no Parque Cândido Portinari, ao lado do Villa Lobos, em São Paulo.
Um funcionário que pediu para não se identificar conversou com a Band e afirmou que a empresa ofereceu salário, hospedagem e refeição. “Mas o que acontece é que agora eles não acertaram os pagamentos com a gente, há mais de três dias tento contato. Excluíram a gente e não pagaram os nossos direitos”, pontua.
Ele diz que trabalhou nas obras mesmo com o contrato encerrado. “No dia 7 entregamos a obra, Roda Rico ficou pronta e não retornam para nós”, explica. Ele, que é do Pará, diz que está preso em São Paulo e que não consegue retornar para casa.
“Eu vim para trabalhar na obra, eles ficaram encarregados de pagar as passagens, estamos sem dinheiro, estamos mal comendo e dormindo, temos que ir embora para as festas de fim de ano e estamos aqui ainda”, lamenta.
Outro funcionário comentou em uma das publicações da Roda Rico nas redes sociais. “Fizemos o possível para entregar o projeto, dias e noites sem dormir, de domingo a domingo prejudicando nossa saúde e abrindo mão de estar com nossa famílias, pois não somos de São Paulo. Agora vocês não cumprem o combinado”, escreveu.
A Roda Rico, por meio da assessoria, informou que a direção do local tomou conhecimento dos seis colaboradores sem pagamento nesta terça. “Imediatamente a empresa acionou a CompactaSul, empresa responsável pela contratação e gestão dos funcionários terceirizados que trabalharam na obra, para solução e pagamento imediato destes colaboradores”, afirma. Na nota, a empresa pontua que entrou em contato com os profissionais para “prestar o suporte necessário até a conclusão do caso”.
Reclamações sobre a atração são constantes
Na segunda-feira (12), o Procon-SP notificou a SPBW Parques e Entretenimento S/A, empresa que administra o local, solicitando explicações sobre as questões de intercorrências durante a inauguração da Roda Rico.
Na nota, o Procon pede para a empresa detalhar ocorrências e providências tomadas para sanar problemas que ocorreram na inauguração. Eles pedem desde o Alvará de Autorização de Funcionamento, documentos de vistorias, número de instrutores responsáveis pela atração, como foi o treinamento, normas de uso e questões de preços. No caso, a empresa tem até o dia 14 para responder os questionamentos.
Além do Procon, nas redes sociais e o Reclame Aqui, há uma infinidade de comentários pedindo reembolso dos ingressos e reclamando da falta de organização por parte da SPBW. As principais reclamações são sobre a desorganização de horários previamente marcados, falta de iluminação, cabines sujas e sem possibilidade de visão panorâmica, painéis sem funcionar e filas de horas.
Em nota publicada nas redes sociais, a organização da Roda Rico pediu desculpas pelos problemas ocasionados na primeira semana de inauguração e informou uma solução para a demora. “Para proporcionar uma melhor experiência, nestes primeiros dias, a quantidade de ingressos diários disponíveis para venda está reduzida. Nossas equipes estão disponíveis para vocês no local e nos canais de atendimento para atendê-los da forma que merecem”, afirma a organização.