O presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, passou de sexta-feira (13) para sábado (14) a primeira noite no presídio Pedrolino Werling de Oliveira (Bangu 8), no Rio de Janeiro, onde estão detidos outros presos conhecidos, como o ex-governador Sérgio Cabral e o ex-vereador Dr. Jairinho.
A defesa de Jefferson já informou que tentará transformar a prisão em domiciliar para que ele cumpra a pena em casa.
O presidente do partido foi preso na manhã de sexta (13) dentro de inquérito que investiga atos antidemocráticos. Após passar pela Superintendência da Polícia Federal e pelo Instituto Médico Legal, encaminhado para o presídio de Benfica, na zona norte da capital fluminense, onde deu entrada no sistema prisional para triagem. Em seguida, partiu para Bangu 8.
"Devido à pandemia, o interno cumprirá isolamento social inicial de 14 dias, como acontece com todos que ingressam no sistema prisional”, comunicou a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) em nota.
Prisão foi determinada por Alexandre de Moraes
Na decisão, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, afirma que a prisão cautelar é necessária para evitar o acirramento e o estímulo a prática de crimes. O magistrado determinou ainda que seja investigado o possível uso de recursos públicos do fundo partidário para o cometimento dos delitos e para a divulgação de fake news.
No texto, Moraes listou indícios de mais de dez crimes cometidos por Jefferson. Além de ataque à democracia, Roberto é acusado por racismo, homofobia, crime contra a honra, calúnia, incitação à invasão ao Senado e agressão a agentes públicos ou políticos.
O documento transcreve algumas entrevistas que Roberto Jefferson deu a veículos de comunicações. Em um dos trechos citados, o ex-parlamentar compara o governo de São Paulo a uma "gaiola das loucas" e diz que existe uma "ditadura gay" no estado e na capital paulista.
Aliado de pautas do presidente Jair Bolsonaro, Jefferson deu entrevistas, anexadas ao pedido de prisão, que o apontam chamando o presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Luís Roberto Barroso, de “comunista”, e argumentando que o TSE frauda eleições, mas sem apresentar provas. O ex-deputado é defensor do voto impresso, que foi rejeitado pela Câmara dos Deputados nesta semana.
Mais entrevistas transcritas trazem o ex-deputado classificando o STF como um "ninho dos urubus e das bruxas" e chamando o Tribunal de Contas da União, o TSE e o Supremo de “puxadinhos da esquerda”.
Bolsonaro pedirá abertura de inquérito
Embora não tenha citado especificamente a prisão do aliado, o presidente Jair Bolsonaro disse na manhã deste sábado (14) que os ministros Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso “extrapolam os limites constitucionais”. Bolsonaro adiantou ainda que pedirá na próxima semana, no Senado, a abertura de um inquérito contra ambos.