Rebeldes assumem autoria de ataque que incendiou petrolífera na Arábia Saudita

Explosão foi a 12 km do circuito de Fórmula 1, em Jeddah

Da Redação, com agências

O grupo extremista Houthis, do Iêmen, assumiu a autoria de um ataque a instalações petrolíferas da Aramco, em Jeddah, Oeste da Arábia Saudita. Uma forte explosão foi ouvida e um incêndio começou no início da manhã desta sexta-feira (25).

A explosão foi a 12 km do circuito da Fórmula 1, onde ocorriam treinos livres para o Grande Prêmio da Arábia Saudita, marcado para este domingo (27).

De acordo com o correspondente da Band, Felipe Kieling, do local da corrida era possível ver a fumaça do incêndio. “Por enquanto tudo segue normalmente aqui no circuito. Curioso como a vida é tocada como se nada tivesse acontecido”, disse Kieling.

As imagens das chamas nos depósitos da Aramco - a maior companhia do ramo do mundo em termos de reservas de petróleo.  

De acordo com a agência portuguesa RTP, um porta-voz militar Huthi, Yahya Sarea, disse numa mensagem televisiva que os rebeldes lançaram um ataque com mísseis contra "as instalações da Aramco em Jeddah e outras instalações vitais na capital do inimigo saudita, Riade".

As instalações da companhia estatal saudita em Jeddah armazenam gasóleo, gasolina e outros combustíveis para uso na cidade, a segunda maior do reino, representando mais de um quarto de todo o armazenamento desses produtos na Arábia Saudita e também fornecendo combustível crucial para uma central regional de dessalinização.

A Arábia Saudita havia anunciado antes ter intercetado nesta sexta-feira (25) seis “drones” lançados pelos rebeldes Huthis do Iémen, menos de uma semana após outra ação similar que atingiu instalações petrolíferas sauditas.

A aliança militar liderada por Riade que intervém no conflito iemenita detalhou que os aviões não tripulados (drones) e com explosivos foram lançados de madrugada contra posições não especificadas do Sul da Arábia Saudita, onde este país mantém uma fronteira com o Iémen, e "foram deliberadamente dirigidos contra objetivos civis e instalações energéticas".

Os ataques ocorrem em um momento em que os preços do petróleo registaram um importante aumento devido ao conflito na Ucrânia, e quando os países consumidores tentam pressionar a Arábia Saudita, o maior exportador mundial desta fonte de energia, e outros países do Golfo Pérsico, a aumentarem sua produção.

O conflito no Iémen iniciou-se em 2014 após os Huthis, apoiados pelo Irã, se revoltarem contra o governo e assumirem o controle da capital Sanaa e de outras províncias do Norte e Oeste do país. No ano seguinte, uma coligação militar liderada pela Arábia Saudita envolveu-se no conflito.

A ONU considera que essa guerra, que já causou mais de 100 mil mortos, sobretudo civis, provocou uma das piores crises humanitárias do mundo.

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