Marcelo Queiroga confirmou que, mesmo enfrentando a maior pandemia da história por uma doença infectocontagiosa, o Ministério da Saúde não tem médicos infectologistas em seus quadros.
"O Ministério da Saúde, ao longo do tempo, tem perdido quadros. Não temos, no Ministério da Saúde, médicos-infectologistas. Temos a doutora Carolina (Palhares), que é médica infectologista, mas ela é servidora da CGU. Ela não está ali na função de médica infectologista. O que nós temos são médicos consultores, que nos apoiam (...) Por exemplo, o doutor Clóvis Arns que é presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia tem atuado juntamente com o professor Carlos Carvalho na elaboração dos protocolos. Há outros colegas que são colaboradores eventuais que eu sempre consulto", afirmou ele.
Na semana passada, a doutora Luana Araújo tinha dito que seria a primeira infectologista da pasta, mas seu nome não foi aprovado. Ela também contou que os maiores talentos da área se afastavam do governo devido à politização da pandemia.
Luana afirmou que seu nome não foi aprovado por instâncias superiores e que não sabia quais eram os motivos. Hoje, Queiroga afirmou que foi ele mesmo quem, 10 dias depois de nomeá-la com entusiasmo, decidiu pela não confirmação da infectologista no cargo.
O ministro da Saúde reiterou a capacidade técnica de Luana e justificou dizendo que seria uma questão política da classe médica e não do presidente da República. Em depoimento à Câmara dos Deputados, ele deu outro argumento para o recuo na indicação: "Vivemos em um regime presidencialista".