A primeira mulher vacinada no Brasil é uma enfermeira que trabalha em uma UTI de um hospital público. Mônica Calazans, de 54 anos, recebeu a reportagem do Jornal da Band em sua casa, na Zona Leste de São Paulo, nesta segunda-feira.
A casa onde mora com o filho de 30 anos fica em Itaquera, um dos bairros mais pobres da cidade. Mesmo com várias dificuldades, e sendo do grupo de risco para o coronavírus, já que sofre de obesidade, hipertensão e diabetes, a enfermeira atua na linha frente no combate à covid, em UTI do Instituto Emílio Ribas, que que fica 1h30min de distância de sua casa. Mas Mônica tem paixão pelo que faz, trabalhando 12 horas por dia. E ela relata os diversos momentos difíceis durante a pandemia.
“A perda do paciente é uma coisa muito triste. Nós perdemos muitos funcionários naquela UTI”, relembra.
O rosto da brasileira ficou conhecido no Brasil e no mundo. Ganhou até ilustração e homenagem do Corinthians, time do coração, na internet.
Logo após o momento histórico, ela estava de folga, no sofá e cuidando do filho. A primeira pessoa no Brasil vacinada contra a covid não quer nada além de voltar à vida normal. Vida que, para ela, tem um novo significado. E Mônica, que para todo o país, passou a significar esperança.
“É esperança que tudo isso vai passar. Tenho fé que a gente vai acabar com essa situação, acabar com essa doença e voltar a ser feliz. É isso que eu desejo: tirar a máscara para mostrar o meu sorriso”, diz Mônica.
Depois da aprovação do uso das 6 milhões de doses importadas da Coronavac, o trabalho continua para a aprovação das próximas. A Anvisa já recebeu o pedido para a distribuição das vacinas envasadas no Instituto Butantan, em São Paulo. São 4,8 milhões de doses já prontas. Uma vez aprovada, a produção já será feita de acordo com essa autorização.
O Butantan tem capacidade de produção de 1 milhão de doses por dia, mas para isso, precisa da matéria-prima, que vem da China. Só que o carregamento está preso em Pequim, aguardando a liberação de documentos.
A autorização emergencial da vacina concedida pela Anvisa não vale para aplicação em qualquer pessoa, só para os grupos prioritários, que são cerca de 54 milhões de pessoas. Mas apenas 6 milhões de doses estão liberadas até agora.
O novo pedido feito à Anvisa nesta segunda-feira (18) para a liberação de mais 4 milhões e meio de doses produzidas no Butantan pode demorar até 10 dias para ser analisado.