Com a confirmação de Dilma Rousseff como chefe do banco dos Brics, nome pelo qual é conhecido o Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), informações falsas sobre o período em que a ex-presidente esteve presa e foi torturada pela Ditadura Militar surgiram nas redes sociais.
Neste sábado (1), completam 59 anos que os militares assumiram o governo do Brasil. Dilma foi presa pelo regime em 1970, aos 22 anos. Estudante à época, ela foi acusada de subversão, na onda de repressão a organizações de esquerda promovida pelo regime através da Operação Bandeirante (Oban).
A jovem foi interrogada na sede da Auditoria Militar do Rio de Janeiro. Inicialmente, foi condenada a seis anos e um mês de prisão, com suspensão de direitos políticos por dez anos. A pena foi reduzida junto ao Superior Tribunal Militar (STM) e, após quase três anos de reclusão, a ex-presidente deixou o cárcere no final de 1972.
Os boatos que circularam nas redes apontavam que Dilma teria participação em assalto a bancos. Não é a primeira vez que a mesma desinformação é replicada na internet - o mesmo boato circula, pelo menos, desde 2009.
O STM publicou documentos em 2010 que apontam que não há comprovação do envolvimento da ex-presidente em ocorrências do tipo. Em diversas ocasiões, ela também afirmou que não participou efetivamente da luta armada.
Como Dilma atuou contra a Ditadura Militar?
A ex-presidente iniciou sua militância na Organização Revolucionária Marxista – Política Operária (Polop), aos 16 anos, em 1964. Depois, ingressou no Comando de Libertação Nacional (Colina).
Em 1969, foi obrigada a abandonar o curso de economia na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), que havia iniciado dois anos antes. Em julho daquele ano, o Colina e a Vanguarda Popular Revolucionária (VPR) se uniram, criando a Vanguarda Armada Revolucionária Palmares (VAR-Palmares). Apesar de integrar o movimento, Dilma afirma que nunca participou efetivamente da luta armada.
Em 1970, foi presa e submetida a torturas em São Paulo, no Rio de Janeiro e em Minas Gerais. As torturas aplicadas foram o pau de arara, a palmatória, choques e socos, de acordo com o projeto Memórias da Ditadura.