Lei de Anistia não pode ser aplicada em caso da ditadura, decide justiça

Ex-sargento do Exército Antônio Waneir, acusado de sequestrar, manter em cárcere privado e estuprar uma militante durante a ditadura militar

Por João Boueri

Lei de Anistia não pode ser aplicada em caso da ditadura, decide justiça
Lei de Anistia não pode ser aplicada em caso da ditadura, decide justiça
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A Justiça Federal do Rio decidiu que a Lei de Anistia não pode ser aplicada no caso do ex-sargento do Exército Antônio Waneir, acusado de sequestrar, manter em cárcere privado e estuprar uma militante durante a ditadura militar. 

Os crimes teriam sido cometidos na chamada Casa da Morte, em Petrópolis, na Região Serrana, em 1971. O local era um centro de prisão e tortura.

Com isso, a Justiça Federal de Petrópolis deverá dar prosseguimento ao processo. Em 2017, a Vara havia absolvido o militar com base na Lei da Anistia.

Inês Etienne foi sequestrada em São Paulo nos anos de 1970 e levada para a Casa da Morte dias depois. A vítima é reconhecida como a única sobrevivente do centro clandestino mantido pelo regime na cidade.

Antônio Waneir foi o homem de confiança do coronel reformado Paulo Malhães durante a ditadura militar e se escondeu por 43 anos sob o codinome de "Camarão". Ele trabalhava como caseiro do centro de prisão e tortura.

A militante também foi submetida a choques elétricos, pau de arara, cadeira do dragão e, espancamento.

Em 2020, o MP apresentou outra ação penal contra Antônio Waneir e outros dois ex-militares pelo sequestro e tortura do advogado e militante político Paulo de Tarso Celestino da Silva, preso no final de julho de 1971. Desde então, a vítima nunca mais foi vista e também teria sido tortura na Casa da Morte.

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