PF prende coronel Mauro Cid e faz buscas na casa de Jair Bolsonaro

Investigações apontam que inserções falsas sobre dados da vacinação contra a Covid-19 foram feitas no sistema do Ministério da Saúde. Seis pessoas foram presas

Da Redação

A Polícia Federal prendeu na manhã desta quarta-feira (3) o coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), na operação “Venire”, que investiga um grupo suspeito de inserir dados falsos sobre vacinação contra Covid-19 no sistema do Ministério da Saúde. 

Um dos alvos da operação, além de Mauro Cid, é o ex-presidente Jair Bolsonaro. Agentes da Polícia Federal foram até a casa do político, em Brasília, cumprir mandato de buscas. O celular de Bolsonaro foi apreendido, mas não é alvo de mandado de prisão. 

O repórter Tulio Amancio, da Band Brasília, apurou que o ex-presidente estava em casa no momento da busca. Ele estava dormindo quando os agentes chegaram e não ofereceu nenhum tipo de resistência. Michele Bolsonaro ficou no quarto com a filha Laura enquanto aconteciam as buscas e chorou.

A Polícia Federal apura se a pessoas ligadas ao ex-presidente teriam alterado dados dos cartões de vacinação contra a Covid-19. Segundo o levantamento inicial da PF, as modificações podem ter sido feitas nas carteiras de Bolsonaro, da filha Laura Bolsonaro, de 12 anos, e do coronel Mauro Cid. 

O órgão emitiu seis mandados de prisão preventiva e todos foram cumpridos. Além disso, outros 16 mandados de busca e apreensão estão sendo cumpridos em Brasília e no Rio de Janeiro. 

A Band apurou os nomes de quatro dos seis presos na operação. Veja: 

Mauro Cid Barbosa, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro

João Carlos de Sousa Brecha, secretário municipal de Governo de Duque de Caxias-RJ

Max Guilherme Machado de Moura, policial militar que atuou na segurança presidencial

Sergio Rocha Cordeiro, militar do Exército que atuou na segurança presidencial

As investigações apontam que as inserções falsas dos dados sobre vacinação no sistema do Ministério da Saúde, que ocorreram entre novembro de 2021 e dezembro de 2022, tiveram como consequência “a alteração da verdade sobre fato juridicamente relevante, qual seja, a condição de imunizado contra a Covid-19 dos beneficiários”. 

Além disso, pessoas puderam emitir os certificados de vacinação e utilizá-los para burlar as restrições sanitárias impostas pelos poderes públicos do Brasil e dos Estados Unidos, que eram utilizados pelos países para tentar impedir a disseminação e propagação do coronavírus.

“A apuração indica que o objetivo do grupo seria manter coeso o elemento identitário em relação a suas pautas ideológicas, no caso, sustentar o discurso voltado aos ataques à vacinação contra a Covid-19”, informou a Polícia Federal. 

Os fatos são investigados dentro do inquérito que apura a atuação das “milícias digitais”, em tramitação no Supremo Tribunal Federal. 

Segundo a PF, os fatos investigados configuram, em tese, os crimes de: 

  • Infração de medida sanitária preventiva;
  • Associação criminosa;
  • Inserção de dados falsos em sistemas de informação; e
  • Corrupção de menores.

Em atualização

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