As pistas local e central da Marginal Tietê foram bloqueadas nesta terça-feira (1º), no sentido Ayrton Senna, na altura da Ponte do Piqueri, por causa de um desmoronamento nas obras da Linha 6-Laranja do Metrô de São Paulo. Duas faixas da pista expressa ficaram liberadas.
Segundo Paulo Galli, secretário de Transportes Metropolitano, houve o rompimento numa galeria de esgoto. Devido a isso, o túnel já cavado foi inundado pela água poluída. Segundo o gestor, a construtora já tinha conhecimento da rede de esgoto na região e que não houve choque do “tatuzão”, equipamento usado na escavação.
O capitão André Elias, do Corpo de Bombeiros, confirmou, em entrevista à Rádio Bandeirantes que não houve vítimas no acidente. Segundo ele, 50 trabalhadores estavam no local que foi atingido e todos saíram ilesos. Dois foram encaminhados ao hospital por precaução após entrarem em contato com a água poluída.
“Nossa equipe de fiscalização já está no local para poder averiguar e ver o que aconteceu. Nós estamos fechando todo o perímetro para que evite qualquer outro tipo de acidente”, disse o secretário Transportes Metropolitanos, Paulo Galli.
“Só haverá a liberação [da Marginal Tietê] assim que tivemos toda a certeza que não terá nenhum tipo de problema e nenhum tipo de acidente”, completou o Major Alberto Luis Silva, da Defesa Civil de São Paulo.
O governador João Doria (PSDB) se pronunciou através de seu perfil em uma rede social. “Determinei apuração imediata das causas e elaboração de plano da concessionária responsável pela obra, junto à prefeitura da capital, para normalização do tráfego da Marginal rapidamente. E que as obras possam ser reiniciadas, com segurança, o mais breve possível”, escreveu.
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Desmoronamento em obras do metrô de São Paulo 1/9
A CET disse que o bloqueio foi realizado a pedido do departamento de engenharia do Metrô.
A Linha 6-Laranja está em construção e vai ligar o centro de São Paulo, na estação São Joaquim, até a região da Brasilândia, na zona norte. A previsão é de entrega em outubro de 2025, com um custo de R$ 15 bilhões.
Nota Secretaria de Transportes Metropolitanos
A Secretaria de Transportes Metropolitanos informa que, tão logo tomou conhecimento na manhã desta terça-feira (1º) do incidente no Poço de Ventilação da Linha-6 Laranja do metrô, determinou o isolamento de todo o perímetro e enviou uma equipe para acompanhar a apuração da causa da ocorrência. Não há informações sobre vítimas. As causas do acidente serão apuradas, assim como a extensão dos danos à obra e às vias locais.
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Como são feitas as escavações?
Grandes escavações foram concluídas recentemente no local onde houve o desabamento nas obras da linha 6-Laranja do Metrô de São Paulo.
Uma das escavações foi em um túnel de serviço ligando dois poços, Aquinos e Tietê, passando sob o Rio Tietê e foi entregue no início de janeiro.
A técnica empregada nessa obra seria mais lenta que a utilização dos chamados 'Tatuzões', também usados na extensão da nova linha, porém correndo em paralelo ao rio.
A VSE Tietê (poço de ventilação e saída de emergência) se localiza ao lado da futura estação Santa Marina, onde houve o desabamento.
A empresa responsável pelas obras Acciona é uma das três maiores companhias de construção da Espanha. O conglomerado com sede em Alcobendas é formado por mais de 100 empresas.
O "Tatuzão", também conhecido como Shield, tem 109 metros de extensão, com diâmetro de escavação de 10 metros. São necessárias quase 50 pessoas para operar a máquina.
O equipamento custou mais R$ 150 milhões. Segundo a perícia do Instituto de Criminalística, agora ele está submerso. Especialistas vão avaliar os estragos na estrutura e nos equipamentos eletrônicos para descobrir o que poderá ser reaproveitado.
Vídeo: obras da Linha 6-Laranja acumulam anos de atraso
Outros acidentes
Em agosto de 2021, duas pessoas ficaram feridas depois do desabamento de uma estrutura de metal em uma obra de expansão da Linha 5-Lilás do Metrô, na zona sul da capital paulista.
No local, era erguida uma passarela que iria ampliar o espaço de embarque e desembarque da estação Santo Amaro. Parte da estrutura caiu dentro do Rio Pinheiros.
As duas pessoas feridas eram funcionárias da Via Mobilidade, concessionária responsável pela administração da Linha 5-Lilás.
Em junho de 2017, uma viga do monotrilho da Linha 17-Ouro caiu na Avenida Washington Luis, matando um funcionário que trabalhava na obra e deixando outras duas pessoas feridas. O acidente foi na tarde de uma segunda-feira, próximo ao Aeroporto de Congonhas.
Em janeiro de 2007, um deslizamento de terra no canteiro de obras da Estação Pinheiros, da Linha 4 (Amarela) do Metrô de São Paulo abriu um buraco de 80 metros de diâmetro e 30 metros de profundidade na tarde do dia 12 de janeiro de 2007.
Em pouco mais de um minuto a cratera tragou tudo a sua volta, caminhões, máquinas, carros e quem passava pelo local. +Sete pessoas morreram e 79 famílias tiveram que ser removidas de casas interditadas. A Justiça absolveu, em novembro de 2016, todos os responsáveis pela obra.