Palestina acusa Israel de ‘apartheid’ durante audiência na CIJ

Corte Internacional de Justiça iniciou uma série de audiências para analisar ocupações israelenses em territórios palestinos

Da Redação

Audiência na Corte Internacional de Justiça (CIJ), em Haia
REUTERS/Piroschka van de Wouw

O ministro das Relações Exteriores da Palestina, Riyad Maliki, disse nesta segunda-feira (19) que a ocupação israelense nos territórios palestinos como crimes de “colonialismo e apartheid” contra o povo do país. A declaração foi feita durante audiência na Corte Internacional de Justiça (CIJ). 

O controlo de décadas de Israel sobre os palestinos deu à população a escolha entre “deslocamento, subjugação ou morte”, o que equivale a “limpeza étnica, apartheid ou genocídio”, alega Maliki.

Segundo a agência Reuters, a audiência com 15 juízes da Corte Internacional foi solicitada para rever a "ocupação, colonização e anexação de Israel, incluindo medidas destinadas a alterar a composição demográfica, o caráter e o estatuto da Cidade Santa de Jerusalém, e da sua adoção de legislação e medidas discriminatórias relacionadas".

“Um palestino pode passar toda a sua vida como refugiado, a quem é negada a dignidade e o direito de voltar a casa sob constante ameaça, ter os seus entes queridos levados para prisões israelenses e ali mantidos, e as suas terras roubadas, colonizadas, anexadas”, declarou Maliki.

Ele pede que o tribunal “declare que a ocupação isralenense é ilegal” e deve terminar de forma “imediata, total e incondicionalmente”.

Israel sustenta que a questão dos territórios da Cisjordânia e Jerusalém Oriental é uma questão política, e não jurídica, e deve ser resolvida no âmbito de acordos e resoluções bilaterais, incluindo os Acordos de Oslo, e não pode ser determinada por decisão judicial.

Os juízes da CIJ devem demorar cerca de seis meses para emitir um parecer sobre o caso. 

“A melhor e possivelmente a última esperança para a solução de dois Estados, tão vital para as necessidades de ambos os povos, é que o tribunal declare ilegal o principal obstáculo a essa solução: a ocupação israelense em curso da Palestina”, declarou Paul Reichler, um advogado dos palestinos, aos juízes da CIJ.

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