A Agência das Nações Unidas para os Refugiados da Palestina (UNRWA) informou, nesta sexta-feira (27), que 53 funcionários da Organização das Nações Unidas (ONU) morreram em Gaza desde o início do conflito entre Israel e Hamas.
“Essas pessoas dedicaram suas vidas às suas comunidades. Um colega morreu enquanto ia buscar pão em uma padaria. Ele deixa seis filhos. Estamos devastados, pois este sofrimento indescritível continua”, declarou o comissário-geral da agência, Philippe Lazzarini.
Ele afirma que tem milhares de colegas da UNRWA que, mesmo compartilhando “a mesma perda, medo e luta diária de milhões de habitantes de Gaza, vestem os seus coletes da ONU e vão trabalhar”. "Eles são nossos verdadeiros heróis”, acrescentou.
Ajuda humanitária
O comissário-geral disse que nos últimos dias a UNRWA precisou limitar “drasticamente” o consumo de combustível. “Isto teve um custo. A nossa equipa teve de tomar decisões difíceis que nenhum trabalhador humanitário deveria tomar. O que precisa de mais apoio? Padarias? Máquinas de suporte de vida em hospitais? Plantas aquáticas? Todos eles precisam de combustível para funcionar”, afirmou.
“O cerco significa que alimentos, água e combustível, produtos básicos, estão sendo usados ??para punir coletivamente mais de dois milhões de pessoas, a maioria crianças e mulheres”, acrescentou.
Cerca de dez caminhões com ajuda humanitária entraram em Gaza pela passagem de Rafah nesta sexta-feira, totalizando 84 veículos desde o início do conflito. Porém, segundo a ONU, seriam necessários que, pelo menos, 100 caminhões entrassem diariamente em Gaza, onde vivem mais de dois milhões de pessoas, para atender a população com alimentos, água e combustível.
“O que é necessário é um fluxo de ajuda significativo e ininterrupto. Para ter sucesso, precisamos de um cessar-fogo humanitário para garantir que esta ajuda chegue aos necessitados. Isso não é pedir muito”, reforçou Philippe Lazzarini.