O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, reforçou que os indígenas da etnia Yanomami são vítimas dos garimpeiros ilegais e que as Forças Armadas vão enfrentá-los em uma operação de guerra, se for necessário. Em entrevista exclusiva ao BandNews TV, nesta terça-feira (31), o gestor reforçou a necessidade de “cortar aquele mal pela raiz”.
“Evidentemente que nós vamos prontos para enfrenta-los. Tomara que seja de uma forma não tão drástica [de guerra], mas, se for necessário, sim. Precisamos cortar aquele mal pela raiz”, disse o ministro.
O ministro destacou a força bélica, logística e econômica dos garimpeiros ilegais na região. Múcio listou uso de pistas de pouco clandestinas, helicópteros, aviões e armamentos pesados.
“Eles [garimpeiros ilegais] têm helicópteros, aviões, armamentos pesados. Nós vamos precisar enfrentar esse problema. É a única forma de se safar desse problema porque os índios, verdadeiramente, foram vítimas deles”, informou Múcio.
Decreto de Lula
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assinou um decreto que chamou de “tolerância zero” contra o garimpo ilegal na terra do povo Yanomami, durante fala a jornalistas ao lado do chanceler alemão, Olaf Scholz. Os líderes se reuniram na última segunda-feira (30), em primeira visita do premiê ao Brasil, no Palácio do Planalto.
Com o decreto, publicado no Diário Oficial da União (DOU) de hoje, aumentam os poderes do Ministério da Defesa na região. A Força Aérea, por exemplo, cortará o tráfego de aeronaves não autorizadas, bem como a Marinha atuará nos rios para impossibilitar o transporte de criminosos.
Para o governo, é preciso combater o garimpo e outras atividades ilegais na reserva o mais rápido possível.