O vice-presidente Hamilton Mourão disse nesta quarta-feira (11) que o voto impresso, derrotado na Câmara na última terça-feira (10), é um caso encerrado. “O Congresso decidiu, está decidido”, disse.
Para Mourão, com o assunto apresentado e levado a público, a própria Justiça Eleitoral “vai se esforçar para, dentro do processo que existe, dar mais publicidade e transparência” ao processo de votação e apuração.
“No final das contas, saímos bem disso aí”, afirmou.
Desfile militar
Em relação ao desfile militar que aconteceu na última terça (10) em Brasília - para o qual não foi convidado -, o vice-presidente acredita que o ato não teve objetivo de pressionar o Congresso em relação ao voto impresso. Para ele, se o intuito fosse esse, “seria extremamente ridículo”.
“Não levo por esse lado não, acho que a Marinha quis fazer uma homenagem ao presidente, apresentou ali o material que ela tem, talvez até com o intuito de receber maiores recursos para dar uma melhorada”, disse.
Bolsonaro atribui derrota da PEC a “medo de retaliação”
Nesta quarta, o presidente Jair Bolsonaro disse para apoiadores em Brasília que a rejeição à proposta da PEC do voto impresso na Câmara dos Deputados foi “reflexo de chantagem e medo de retaliações”.
“450 deputados votaram ontem, foi divido, 229 a 218. Então é sinal que metade não acredita 100% na lisura dos trabalhos do TSE. Não acredita que o resultado no final seja confiável. Dessa outra metade que votou contra, você tira PT, PCdoB, PSOL que para eles é melhor o voto eletrônico como está aí. Desses outros, tirando esses partidos de esquerda que votaram contra, muita gente votou preocupada, realmente. Problemas, estão com problemas essas pessoas aí, resolveram votar lá com ministro presidente do TSE”, analisou.
Como exemplo de sua análise de “divisão do Congresso” na PEC do voto impresso, ele apontou o alto número de abstenções (65 deputados) como exemplo - o governo obteve 229 dos 308 votos necessários para a aprovação da proposta.
"Os que se abstiveram, abstenção online é muito difícil de acontecer, não é que votou abstenção, ele não votou. É sinal que ficaram preocupados com retaliações", opinou, repetindo as acusações feitas a Luís Roberto Barroso de atuar junto aos parlamentares antes da votação - fato negado pelo ministro.
O presidente voltou a dizer que as eleições de 2022 não serão confiáveis, mas não apresentou provas de fraudes no sistema do Tribunal Superior Eleitoral.