O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), se mostrou contrariado diante da aproximação do prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD) e o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), em busca de vacinas contra o novo coronavírus para os cariocas.
Por falta de doses, a Secretaria Municipal de Saúde do Rio suspendeu a imunização na cidade deste esta quarta-feira (11). Segundo o secretário Daniel Soranz, a interrupção deve continuar vigente na quinta-feira (12), ainda que um lote de cerca de 100 mil doses de vacinas tenha desembarcado no Aeroporto do Galeão na madrugada de quarta.
Em entrevista à BandNews TV, Castro afirmou que a vacinação no estado deve seguir um ritmo unificado. Assim, segundo ele, o prefeito que promover uma ação fora do previsto “não encontrará eco” junto ao governo estadual.
“Eu sigo o Programa Nacional de Imunização (PNI). É um programa de décadas, um programa que sempre funcionou. No estado do Rio de Janeiro, nenhum município começou a vacinação antes do outro. Enviamos as doses para os 92 municípios. O estado criou uma logística em que todos os 92 municípios recebem (vacinas) em até seis horas, proporcionalmente ao que o Programa Nacional de Imunização envia para nos”, argumentou.
Castro assegurou ainda que o governo do Rio de Janeiro tem pressionado o Ministério da Saúde para evitar falta de vacinas nas cidades do estado.
“Nós já estamos cobrando o governo federal, já conseguimos um extra de 5% das doses, até pela questão da variante Delta, e continuaremos cobrando para que essas vacinas cheguem rápido”, afirmou também.
Nas redes sociais, Paes afirmou que a Prefeitura do Rio recebeu nesta quarta-feira pouco menos de 38 mil doses de vacinas, embora precisasse de 68 mil para vacinar a faixa etária de 24 anos. Então, pediu a Doria para enviar doses da CoronaVac, “sem intermediários, como você está fazendo com a Prefeitura de São Paulo”.
Doria criticou o que chamou de “incompetência do governo federal”, alegando que o Ministério da Saúde tem um estoque de 11,2 milhões de vacinas a distribuir.
“A Prefeitura de São Paulo segue padrão de todo o país: o estado recebe doses do PNI e distribui para os municípios. Aqui compramos doses extras e ainda assim falta, porque não recebemos doses prometidas pelo Ministério da Saúde”, disse o paulista.