O CEO da Moderna, empresa fabricante de uma das vacinas disponíveis contra a Covid-19, disse que os imunizantes serão menos eficazes contra a variante ômicron.
Stephane Bancel deu a declaração ao jornal Financial Times e a fala provocou alvoroço, derrubando o mercado de ações.
"Acho que será uma queda substancial. Só não sei quanto, porque precisamos esperar pelos dados", disse o executivo.
A Moderna também afirmou que consegue fazer, em dois ou três meses, uma nova vacina que combata a nova variante do coronavírus.
A cepa foi identificada inicialmente na África do Sul e foi classificada como “preocupante” pela OMS (Organização Mundial de Saúde).
No Brasil não há nenhum caso confirmado com a nova cepa, mas São Paulo, Paraná e Minas Gerais acompanham pacientes que podem estar infectados pela mutação.
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Ômicron: O que se sabe sobre a nova variante da covid-19
Os primeiros casos da variante B.1.1.529 foram identificados em Botsuana em 11 de novembro. Três dias depois, o primeiro de vários casos do B.1.1.529 foi confirmado na África do Sul. Um caso detectado em Hong Kong foi o de um homem que tinha visitado a África do Sul.
Ainda não há informações a possibilidade de a variante ômicron apresentar uma mudança nos sintomas ou na gravidade da Covid.
Grande número de mutações
Os cientistas ainda estão estudando a nova variante, mas eles já identificaram pelo menos 32 mutações na proteína spike, que é o alvo da maioria das vacinas já desenvolvidas e ponto chave que o vírus usa para invadir as células do corpo.
"Essa variante parece se espalhar muito rápido. Em menos de duas semanas ela já domina as infecções," escreveu no Twitter Tulio de Oliveira, virologista brasileiro e diretor do Centro para Resposta Epidemiológica e Inovação (CERI, na sigla em inglês), da África do Sul.
O grande (e incomum) número de mutações sugere que a Ômicron pode ter surgido durante uma infecção crônica de uma pessoa imunocomprometida, como um paciente com HIV não tratado.