Ministério quer que MPF aumente prazo para mostrar casos sobre falas de Damares

Ministério da Mulher foi cobrado pelo MPF após Damares Alves, ex-titular da pasta, dizer que crianças tinham dentes arrancados no Marajó

Da redação

Ministra Damares disse que crianças tinham dentes arrancados no Marajó
Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

A ministra Cristiane Britto, do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MDH), pediu ao Ministério Público Federal (MPF) a prorrogação do prazo para informar detalhes de todos os casos envolvendo exploração sexual infantil entre 2016 e 2022. A pasta solicitou um aumento de três para 30 dias.

Nesta terça-feira (18), o ministério informou que colabora com o MPF com o objetivo de esclarecer as violações aos direitos de crianças e adolescentes no Pará. A ministra, em ofício enviado ao procurador federal Carlos Alberto Vilhena, destacou que, em sete anos, o governo registrou 5.440 denúncias de estupro ou de tráfico de menores.

“Cabe informar que, entre 2016 e 2022, o governo federal registrou 5.440 denúncias de estupro de crianças ou de tráfico de crianças no estado do Pará. Como praxe, tais violações foram encaminhadas aos órgãos públicos responsáveis”, declarou Britto.

Crianças com dentes arrancados

A cobrança do MPF aconteceu após Damares Alves, ex-titular do MDH, dizer que crianças do Marajó tinham dentes arrancados para não morderem estupradores durante o sexo oral. No dia 10 de outubro, o órgão de fiscalização deu três dias para a pasta apresentar as provas dos casos narrados pela senadora eleita.

“Como há uma abundância de informações nesses mais de 5 mil registros na Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos, entendemos como razoável a dilatação do período proposto para que todas as informações recebam a devida clareza pertinente às necessidades do MPF”, alegou a atual titular do MDH.

Relatos das ruas, disse Damares

Em entrevista à Rádio Bandeirantes, Damares disse que os relatos contados durante um culto evangélico foram repassados a ela por moradores do Marajó e regiões de fronteira do Brasil.

“Essa coisa de que as crianças, quando saem, saem dopadas e os seus dentinhos são arrancados onde elas chegam a gente ouve nas ruas, na fronteira. Na CPI, lá atrás, já se falava de que forma essas crianças são traficadas. Elas ficam dopadas por 24 horas. Elas são levadas em caixas, sacos. Todo mundo, na fronteira, fala”, disse Damares, na última quinta-feira (13).

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