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Ministério da Agricultura confirma que caso de 'vaca louca' no Pará é atípico

Forma atípica do mal da 'vaca louca' ocorre em animais idosos, de maneira espontânea pela natureza, em vez da ingestão de ração contaminada

Da Redação

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Arquivo/Agência Brasil

O Ministério da Agricultura e Pecuária confirmou na noite desta quinta-feira (2) que o caso do mal da “vaca louca” identificado no Pará é um caso atípico, o que significa que não tem risco de transmissão. 

Com a confirmação, o ministro da pasta Carlos Fávaro já iniciou os procedimentos para informar a Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) e reunião com autoridades da China, já que por precaução, até sair o resultado, a exportação de carne bovina para o país asíatico foi suspensa de forma temporária, seguindo o protocolo sanitário entre os países. As vendas deverão ser retomadas.

A forma atípica da “vaca louca” ocorre em animais idosos, de maneira espontânea pela natureza, em vez da ingestão de ração contaminada pela proteína infecciosa de nome prion, que é a forma de transmissão clássica. 

"Ressalto que a rapidez, eficiência e a transparência solicitada pelo presidente Lula foi fundamental. Agradeço à nossa equipe e à do governador do Pará, Helder Barbalho, que nos permitiu uma atuação rápida desde a identificação do caso", comentou Carlos Fávaro.

Relembre o caso

A Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (Adepará) informou em 22 de fevereiro que o resultado do caso suspeito de Encefalopatia Espongiforme Bovina, conhecida como mal da “vaca louca", em um animal de nove anos, foi positivo.  Com a confirmação do governo estadual, o Ministério da Agricultura suspendeu temporariamente a exportação de carne para a China. 

Em nota, a Adepará relatou que o caso foi identificado em uma pequena localidade do sudeste do Pará, em uma propriedade com 160 cabeças de gado. O local foi isolado, inspecionado e interditado de forma preventiva. 

Para confirmar o diagnóstico, a Agência coletou amostras do animal, que foram enviadas para um laboratório no Canadá “para tipificação do agente, se clássica ou atípica”. 

O que é o mal da “vaca louca”?

A Encefalopatia Espongiforme Bovina, conhecida como mal da “vaca louca”, é uma doença neurodegenerativa que afeta o sistema nervoso dos bovinos e altera o comportamento dos animais, de maneira agressiva, que é a razão do apelido. 

A doença é causada pela proteína infecciosa de nome príon, que está presente no cérebro de vários mamíferos e também de seres humanos, que pode ser anormal ou patogênica.

Além de bois e vacas, a doença acomete búfalos, ovelhas e cabras. 

Como o mal da vaca louca é transmitido?

Nos animais

Nos animais, a OMSA aponta que existem duas formas da doença: a clássica e a atípica.

A clássica ocorre quando o gado consome ração infectada. A organização aponta que, embora a doença tenha sido identificada como uma ameaça significativa nos anos 90, o número de casos caiu com o passar dos anos. Por conta de medidas de prevenção e controle, os casos são próximos de zero.

A atípica acontece naturalmente nos bovinos e também tem taxa de incidência baixa. Ainda hoje, não há evidência de que essa forma é transmissível.

Nos seres humanos

Nos seres humanos, a doença é transmitida pelo consumo de carne, leite, queijo e outros produtos que venham dos animais contaminados. Quando contamina pessoas, a infecção é uma variante da doença Creutzfeldt-Jakob.

Vale ressaltar que é uma doença rara. Para se ter uma ideia, mesmo a forma mais comum, que não vem da vaca louca, soma cerca de 350 casos anuais nos Estados Unidos. As informações são do Instituto Nacional de Doenças Neurológicas e Derrame do país (Ninds, na sigla em inglês).

No fim dos anos 1990, houve um surto de casos de mal da vaca louca em humanos na Grã-Bretanha, que provocou a suspensão do consumo de carne bovina no país por vários meses. No episódio, a OMSA aponta que o número de casos foi “extremamente baixo"

À época, a doença foi transmitida aos seres humanos por meio de bois alimentados com ração animal contaminada - ou seja, os bovinos estavam infectados com a forma clássica da enfermidade.

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